O novo ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), foi sabatinado em entrevista coletiva na noite desta quarta-feira (25).
Ele recebeu carta branca do presidente Lula (PT) para fazer as mudanças que achar necessárias.
Leia abaixo um trecho da entrevista.
A íntegra, veja aqui, na Folha Online.
Jornalista: O presidente Lula, no discurso, principalmente no finalzinho, deu demonstração de que o senhor chega com carta branca para agir.
O senhor pretende fazer mudanças no segundo escalão, na Infraero ou em algum outro órgão?
Ministro Nelson Jobim: Bom, primeiro eu estou chegando há oito horas.
Ontem à noite é que foi decidido o problema de vir e, portanto, agora e amanhã eu vou exatamente me dedicar a esse assunto, à estruturação do Ministério da Defesa e o enfrentamento da questão emergencial atual, que é a questão aérea.
Se houver necessidade dessas ações, eu tenho carta branca para fazer isso tudo.
Jornalista: Só para ficar claro: o senhor ainda não tem uma posição definida sobre se vai ou não trocar a Infraero, por exemplo?
Ministro: A situação é: eu farei um levantamento das questões amanhã e vou tomar decisões até o final da semana.
Jornalista: Ministro, qual é o primeiro e grande desafio do senhor?
O que o senhor pretende fazer, logo de início?
Ministro: Observem bem, o presidente deixou claro, e me parece que é o grande problema, afora as questões já ocorridas, nós temos que separar as questões no tempo.
Aquilo que ocorreu, precisamos tomar as providências necessárias aos levantamentos que estão sendo feitos, e aquilo que tem que ser feito para mudar toda essa estruturação.
O que se passa é que nós temos, com a criação de diversos órgãos, uma certa disparidade de ações.
Ou seja, como disse o Presidente, nós estamos com um problema de comando e, isto, vai ter.
Jornalista: Ministro, o presidente falou em discurso que gostaria que o senhor e o brigadeiro Saito fossem, até amanhã, ao hospital onde está sendo colhido o sangue das pessoas para fazer o exame de DNA.
O senhor reafirma essa disposição?
O senhor vai até lá?
Ministro: Nós vamos na sexta-feira de manhã, porque amanhã eu terei que me dedicar a isso que eu acabei de dizer aos senhores.
Na sexta-feira nós iremos a São Paulo, já conversei com o governador José Serra, para ter uma conversa com ele, e também terei uma conversa com o prefeito municipal, o prefeito Kassab.
Ontem à noite eu liguei para o Governador, dizendo a ele que eu iria a São Paulo para ter uma conversa com ele sobre essa problemática que envolve diretamente, também, o estado de São Paulo.
Jornalista: O senhor vai a Congonhas?
Ministro: Vou a tudo.
Vou a Congonhas, vou ao hospital, vou à prefeitura, vou ao governo, e onde mais for necessário na definição dessa equação que decorrerá dos estudos de amanhã.
Jornalista: Tem-se falado na possibilidade de uma interferência na Agência Nacional de Aviação Civil, embora os diretores tenham mandato fixo e estabilidade.
Eu queria saber como o senhor avalia o desempenho da Agência e se existe alguma possibilidade de troca de comando na Anac, embora essas duas prerrogativas devam ser consideradas, imagino.
Ministro: Essas questões todas são questões a serem postas nesse levantamento que devemos fazer.
E outra coisa, não será anunciado nada, será feito.
Ou seja, não adianta se falar o que vai ser feito, nós vamos definir o que vai ser feito em termos de estruturação desse problema, que é o problema da falta, digamos, de estruturação e de inter-relação nessa situação emergencial, e também dentro do próprio Ministério da Defesa, ou seja, criar, efetivamente e reformular a estrutura do Ministério da Defesa para que o Ministério da Defesa seja, efetivamente, integrador de uma política de segurança dissuasória.