O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), criticou, nesta quarta-feira (25), no Recife, algumas medidas do “pacote” do Governo Lula para conter a crise aérea, mas disse estar disposto a ajudar.
Ele elogiou, ainda, a substituição de Waldir Pires por Nelson Jobim no ministério da Defesa. “O que eu quero do governo federal é que ele tenha uma ação firme, coordenada, decidida para superarmos essa tremenda crise aérea que é de vida”, disse Serra.
Veja trechos da entrevista à imprensa, concedida no hangar da Weston, no Recife.
Novo aeroporto “O importante é ampliar Guaralhos e Viracopos, como já devia ter feito no passado.
Fazer uma terceira pista que pode ser com a participação da iniciativa privada.
Ampliados eles dão conta.
Aeroporto novo pode ser para o futuro porque do contrário vamos estar jogando a solução do problema para muito distante. É coisa para 10, 15 anos.
Não funciona”.
Ferrovia “É perfeitamente possível criar um sistema de transporte ferroviário de Guarulhos para o Centro de São Paulo.
O governo de São Paulo está disposto a ajudar, apesar de ser (os aeroportos) responsabilidade do governo federal. “Demoraria mais ou menos o mesmo para se fazer a terceira pista”.
Desafogar Congonhas “O aeroporto de Congonhas não precisa parar.
Tem que operar com menos vôos e com aviões mais leves”.
Demissão de Waldir Pires “Mais importante é acabar com o caos aéreo.
A curto prazo (Nelson Jobim) não vai dar para consertar tudo, mas já dá para dar uma sinal.
Eu olho como brasileiro e não como governador. É importante resolver o problema do caos aéreo e Jobim tem experiência e capacidade para começar a resolver o problema.
Há uma grande desarticulação entre os órgão federais - a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que ainda não disse a que veio, a Infraero, e as companhias aéreas”.
Aviação comercial “Há um erro na orientação da política aérea brasileira nos últimos anos, que buscou excessivamente os interesses comerciais das empresas.
Na aviação não é só isso.
Tem que ter a segurança e a contrapartida da ação governamental.
Neste momento, as ações do governo de São Paulo estão voltadas para s famílias.
Estamos dando toda a assistëncia possível, inclusive com os serviços da defensoria pública, além das pesquisas para identificar os cadáveres”.