Por Fernando Castilho Da coluna JC Negócios O governador Eduardo Campos sabe, desde a última segunda-feira que, a partir de agora, poderá encontrar nas solenidades onde for professores em greve, médicos demissionários e policiais ameaçando cruzar os braços.
Todos cobrando promessas de melhores salários e condições de trabalho no setor público feitas na última campanha.
Não deve estar sendo fácil para Eduardo, um político que prioriza o contato direto e que nos últimos anos sempre foi recebido com reverência e expectativa pelas platéias.
Muito menos ler faixas agressivas e ouvir cobranças duras em gritos de palavra de ordem.
Até porque ele acreditava que a velha forma de ouvir a população através de conselhos e grandes grupos de trabalho, reunindo de sindicatos a ONGs, fosse suficiente para atravessar o governo sem grandes confrontos.
Hoje ele já sabe que, sem que os secretários da Fazenda e de Administração tenham argumentos convincentes, notas oficiais nos jornais e decretos convocando servidores a seus postos de trabalho não trarão efeito prático nas categorias.
E, também, que não adianta o discurso na mídia de que não tomará atitudes que comprometam as finanças públicas do Estado.
Ou seja: apenas conversando não dá.
O mais surpreendente do confronto em que o governo Eduardo Campos se envolveu – primeiro com professores, agora com os médicos e, certamente, nos próximos dias com a Polícia Civil – é que isso esteja acontecendo a apenas seis meses do início de sua gestão.
Quando foi secretário (no último governo Arraes) esse embate só se deu após 18 meses de gestão.
E isso deve lhe estar frustrando muito.
Mas e daí, não queria ser governador?