Da Editoria de Política do Jornal do Commercio O secretário das Cidades, Humberto Costa (PT), disse ontem que as negociações internas, no PT, para a definição do candidato à Prefeitura do Recife, em 2008, poderão passar por um acordo sobre a disputa ao Senado, em 2010.

Na última sexta-feira (20), em entrevista na TV Universitária, ele levantou a possibilidade de candidatar-se a uma vaga de senador, o que também estaria nas pretensões do prefeito João Paulo (PT).

Principais lideranças do partido no Estado, os dois são ligados a grupos opostos dentro do PT, que tentam emplacar o nome do postulante à sucessão no Recife.

Apesar de avaliar tratar-se apenas de uma especulação, Humberto considerou a hipótese de entrar em um acordo com o grupo do prefeito João Paulo, para equacionar os desejos de cada um.

Desta forma, um dos líderes indicaria o candidato a prefeito no ano que vem e ou outro disputaria o Senado na eleição de 2010. “Naturalmente, se pode discutir um acordo político, sim.

Mas tudo ainda está muito longe, é uma especulação.

Mas pode ser que, na hora H, uma alternativa seja mesmo fazer esse acordo para 2008 e 2010, sim”, reconheceu.

O secretário, no entanto, lembrou que “um acordo só se faz quando duas pessoas querem”, deixando no ar que tudo dependerá da disposição do prefeito João Paulo – apontado como condutor do processo sucessório no Recife – para conversar.

Tal negociação começou a ser cogitada após a revelação de Humberto sobre seu futuro político.

Na entrevista à TVU, jornalistas voltaram a perguntar sobre suas pretensões em relação ao pleito de 2008. “Eu repeti que só disputarei qualquer coisa depois de provar, na Justiça, a minha inocência no caso da Operação Vampiro.

Então falei que, isso tendo acontecido até lá, me animo muito mais para uma disputa majoritária em 2010.

Como Eduardo Campos (PSB) deverá tentar a reeleição, seria uma disputa ao Senado”, explicou.

A corrente de Humberto Costa no PT, a Unidade na Luta, defende que o candidato, em 2008, seja o deputado federal Maurício Rands.

Ele, no entanto, sofre resistência nas tendências mais à esquerda dentro da legenda, que têm vínculo com João Paulo.

Outra opção da Unidade na Luta seria o também deputado Pedro Eugênio, que transita bem entre todas as alas.

Pelo lado do prefeito, o preferido para a disputa é o secretário de Planejamento Participativo, João da Costa.