Nesta segunda (23), o Governo do Estado publicou nota oficial nos jornais questionando os aspectos éticos do movimento dos médicos, “que se impõe colocando em risco a saúde e a vida dos pacientes”.
Uma referência ao pedido de demissão em massa dos plantonistas.
No texto, o governo também diz que, embora no limite de sua capacidade financeira, está tentando encontrar alternativas para o impasse num processo de negociação apenas iniciado, “o que torna sem justificativa a precipitação de alguns profissionais em se afastarem de suas funções”.
A resposta do Sindicato dos Médicos (Simepe), do Conselho Regional de Medicina (Cremepe) e da Associação Médica de Pernambuco (Ampe) veio em seguida.
Leia a íntegra. “COMUNICADO AOS MÉDICOS E À POPULAÇÃO Em resposta ao que foi divulgado pelo Governo do Estado, nos jornais de grande circulação, as entidades médicas vêm a público prestar os seguintes esclarecimentos: 1) É com o sentimento de decepção e perplexidade que lamentamos o posicionamento do Governo, revestido de equívocos que demonstram falta de maior conhecimento para enfrentar o estado de calamidade instalado na assistência à saúde e por ele mesmo agravado. 2) O Governo Eduardo Campos sabe que Pernambuco não cumpre o dever constitucional com a saúde (12% da receita do Estado), desviando recursos do SUS para outros fins.
Onde estão os R$ 84 milhões a mais que deveriam ser aplicados no custeio do Sistema Único de Saúde? 3) Em várias oportunidades, desde o início do ano, estivemos com o governador e seus assessores, para informar da gravidade das questões na saúde pública.
Entre elas, a calamitosa condição de atendimento com falta de leitos, medicamentos, materiais e recursos humanos, além de salários aviltantes, inclusive havendo movimento demissionário espontâneo.
Na ocasião, alertamos que o Estado poderia ficar sem diversas especialidades médicas que não têm mais motivação em trabalhar para o serviço público, dado o risco que representam as condições adversas oferecidas para o exercício da medicina, já havendo recomendação do Ministério Público Estadual para a realização de concurso. 4) O Governo do Estado não tem sido eficiente no gerenciamento dos hospitais, para supri-los dos insumos básicos e recursos humanos, sendo portanto, o verdadeiro responsável pela crise da saúde, que pode ser sentida pela população que procura os serviços de emergência dos hospitais públicos. 5) Não aceitamos que o Governo do Estado queira iludir a população e tente repassar a responsabilidade para o Sindicato dos Médicos de Pernambuco, quando do anúncio de uma proposta pífia feita à categoria.
A Pauta com as reivindicações foi apresentada ao Governo em 03 de maio e a resposta insatisfatória só veio em 17 de julho, sendo rejeitada por unanimidade em Assembléia Geral da categoria médica.
O mínimo que se espera de um Governo sério é que assuma o que seus assessores dizem em Mesa de Negociação. 6) As entidades médicas, indignadas, informam ainda que o Partido Socialista Brasileiro – PSB, partido presidido nacionalmente pelo governador Eduardo Campos, ameaça processar o Sindicato dos Médicos pelo uso de sua marca de campanha, revivendo os piores momentos de censura à liberdade de expressão.
Isso talvez justifique as dificuldades que encontramos para divulgar as nossas peças de campanha publicitária.
Por fim, as entidades médicas conclamam o governador Eduardo Campos e seus assessores a manter a serenidade e apresentar proposta que seja condizente com o esforço dos profissionais médicos que hoje trabalham em péssimas condições.
Governador: Está em suas mãos os destinos do SUS em Pernambuco.
Não deixe a Esperança ir embora.
Sindicato dos Médicos de Pernambuco - SIMEPE Conselho Regional de Medicina de Pernambuco - CREMEPE Associação Médica de Pernambuco - AMPE”