A Justiça Federal em São Paulo deu prazo de três dias para a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) dar informações sobre o pedido de fechamento do Aeroporto de Congonhas.

A notificação do juiz Clécio Braschi, da 8ª Vara Federal de São Paulo, foi entregue hoje (23) ao presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira.

Na semana passada, o Ministério Público Federal em São Paulo entrou com uma ação civil contra a Infraero e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pedindo o fechamento imediato do aeroporto.

A ação foi formalizada um dia depois do acidente com o avião da TAM, que colidiu com um terminal de cargas da própria empresa causando a morte de mais de 180 pessoas.

Em entrevista à imprensa, o procurador da República, Márcio Schusterschitz, classificou o acidente com o vôo 3054 da TAM, “independentemente das causas”, como uma “tragédia típica” de Congonhas. “Dentro desse contexto o Ministério Público Federal (MPF) atribui as responsabilidades do acidente a quem tem o aeroporto nas mãos, ou seja, a Anac e a Infraero”. É a segunda vez que o MPF pede o fechamento de Congonhas.

Para ele, é necessário fechar o aeroporto porque o terminal tornou-se “uma aventura arriscada”.

O pedido do Ministério Público Federal pede a interrupção de todas as operações de pouso e decolagem nas pistas principal e auxiliar do terminal até que sejam confirmadas as devidas condições de segurança das pistas do Aeroporto.

O juiz deu prazo de três dias após a notificação para que a Infraero e a Anac se pronunciem antes de decidir sobre o caso.

Hoje (23), o Aeroporto de Congonhas ficou fechado para pouso e decolagem, devido a problemas meteorológicos e a restrições na pista auxiliar.

Os últimos números da Infraero revelam que o aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, está operando quase no limite e com atraso, devido ao redirecionamento de vôos.

ATRASOS Os atrasos e cancelamentos de vôos nos aeroportos nesse fim de semana continuam.

De acordo com o último boletim da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), os aeroportos do Sul e do Nordeste são os mais atingidos.

Na Região Nordeste, o aeroporto de Recife teve 52% de atrasos, em Fortaleza esse número chegou a 75% e em Salvador, 51,5%.

Na noite de sexta-feira uma nova onda de atrasos nos aeroportos do país foi ocasionada pela pane no Centro de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) 4, em Manaus.