O governo do Estado encaminha nesta terça (24), ao Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), proposta de aumento de 83% na gratificação dos plantonistas, que passaria de R$ 600 para R$ 1,1 mil.

O salário bruto iria de R$ 2,5 mil para R$ 3 mil.

Com isso, o governo tenta contornar a crise deflagrada pelo pedido de demissão em massa dos traumato-ortopedistas.

Mas de acordo com a reportagem do Jornal do Commercio, só conseguiu garantir plantonistas na Restauração, no Getúlio Vargas e no Otávio de Freitas até as 19 horas desta terça.

Reafirmando o teor de nota oficial publicada nos jornais do Estado nesta segunda (23), o secretário de Saúde Jorge Gomes apelou para o bom senso dos médicos no sentido de que não prejudiquem o atendimento à população.

Na nota, o Governo reconhece que “são justas as reivindicações dos médicos, chamando a atenção, entretanto, para os aspectos éticos envolvidos em um movimento que se impõe colocando em risco a saúde e a vida dos pacientes”.

A categoria pede aumento de R$ 1.400 para R$ 2.161 no salário-base.

Mas o governo diz que não tem caixa para suportar este reajuste, que representaria um impacto de quase R$ 100 milhões ao ano.

Só para se ter uma idéia, o governo dispõe, para este segundo semestre, de um máximo de R$ 106 milhões para empregar em melhorias salariais para todo o funcionalismo.

O governo pediu ao Conselho Regional de Medicina (Cremepe) um parecer sobre a conduta ética dos demissionários. “É uma demissão coletiva que não nos dá tempo para substituição.

Solicitamos que os médicos revejam essa posição equivocada”, criticou o secretário Jorge Gomes.

Até o momento, 128 cartas de demissão foram encaminhadas ao Simepe por plantonistas do Restauração, Getúlio Vargas e Otávio de Freitas.

A secretaria de Saúde não descarta a possibilidade de contratar médicos temporários para enfrentar o problema. (Com a Editoria de Cidades do JC)