Por Sérgio Montenegro Filho Da coluna Pólis No dia 16 de julho passado começou a funcionar na Venezuela a RCTV Internacional. É a mais nova emissora de televisão por assinatura daquele país.

E graças ao general Fedina.

Erradamente se diz que a nova empresa substitui a anterior – a Rádio Caracas Televisión – que funcionou no país por 53 anos ininterruptos em sinal aberto, até 27 de maio deste ano, quando o general Fedina decidiu não renovar a sua concessão, sob a alegação de que a RCTV estaria prejudicando o “regime socialista moderno” implantado em seu governo. É. até agora eu escrevi general Fedina, sim.

Não se trata de nenhum engano.

Apenas peguei respeitosamente emprestado o nome do curioso personagem criado pelo escritor italiano Ítalo Calvino, no inquietante conto “O general na biblioteca”.

Integrante do alto escalão das forças armadas da Panduria - um país fictício e, obviamente, em pleno regime de exceção -­, Fedina chefiou uma equipe militar encarregada de se “desfazer” dos livros com conteúdo subversivo que, porventura, houvesse na biblioteca nacional.

Felizmente, fracassou.

Ao contrário do nada ilustre general fictício do conto de Calvino, porém, o presidente venezuelano Hugo Chávez - este bem real, embora com atitudes às vezes inacreditáveis ­- escreveu uma página triste na história política, ao eliminar o mais antigo canal de televisão do seu país.

Em tempos de globalização, política midiática e, sobretudo, regimes democráticos, o ato de Chávez é de meter medo.

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