Por Joana Rozowykwiat Da Editoria de Política do Jornal do Commercio O prefeito do Recife, João Paulo (PT), que acompanhou o governador Eduardo Campos (PSB), ontem (sexta, 20), no seminário do Todos por Pernambuco, em Palmares, na Mata Sul, não foi um mero coadjuvante no evento.
Com o objetivo de mostrar a unidade política e administrativa com o petista, Eduardo quebrou o protocolo e pediu que fosse cedida a palavra ao prefeito, para que ele pudesse falar do Orçamento Participativo.
João Paulo aproveitou a deixa, elogiou a iniciativa do governo de realizar as plenárias e falou da participação popular na Prefeitura do Recife, fortalecendo a imagem da sua gestão no interior.
No intervalo, testou sua popularidade na região, posando para fotos e cumprimentando os participantes.
Apesar de estarem presentes cerca de dez gestores municipais, João Paulo foi o único a falar, além do governador e do prefeito de Palmares, Enoelino Magalhães. “Para nossa alegria, o prefeito João Paulo nos acompanha hoje, nos seminários.
Vou pedir que seja dada a palavra a ele, que ao longo de seis anos na Prefeitura tem provado a experiência exitosa de fazer o Orçamento Participativo no Recife”, disse Eduardo logo no início do seu discurso.
O prefeito retribuiu o espaço, afirmando que o fato de o governo se deslocar por todo o Estado é sinal de que valoriza o contato com a base e quer ouví-la para administrar melhor.
Aproveitou para fazer propaganda do OP, comandado pelo secretário de Planejamento Participativo, João da Costa, pré-candidato à PCR. “O Todos por Pernambuco é uma opção política, um bom caminho que já seguimos lá no Recife.
Hoje temos até participação eletrônica e pela internet”, comemorou, explicando que mais de 400 mil pessoas já colaboraram com o OP.
Ciente de que, na Zona da Mata, o ex-governador Miguel Arraes (PSB) tem o reconhecimento do povo, João Paulo associou: “Esse governo não começa aqui, nem acaba aqui. É a continuação do governo Arraes, que sempre priorizou ações para os mais carentes”.
E, solidário com as dificuldades do governador, defendeu que os desafios de Eduardo são enormes, por conta de “uma demanda reprimida muito grande”.
O petista também não deixou de falar na afinidade com o governo federal.
João Paulo foi muito bem recebido pela população.
Sentou-se ao lado do governador e deixou o local do evento com ele. “Convidei o prefeito para que ele assistisse o seminário aqui no interior, porque ele, ao longo da sua gestão, tem experimentado essa forma de orçamento com participação da sociedade. À noite vamos juntos ver a homenagem que será prestada a Ariano Suassuna em Garanhuns”, contou o governador.
João Paulo reconheceu a importância de mostrar a unidade entre os dois. “Acumulamos uma experiência muito importante de participação popular e temos um alinhamento político, inclusive com o governo federal.
Apoiamos no segundo turno a candidatura do governador e acho que é importante estarmos juntos”, avaliou.
Até então mais próximo ao secretário das Cidades, Humberto Costa (PT) - que faz contraponto ao prefeito dentro do PT -, Eduardo Campos pretende agora mostrar que está em sintonia com o PT como um todo.
Tal integração tem sido tratada como fundamental para o sucesso da frente governista nas eleições municipais em 2008.
No Recife, João Paulo é apontado como o condutor do processo sucessório e poderá se beneficiar dessa nova estratégia do governador, fortalecendo sua imagem pelo Estado, quem sabe, para uma disputa em 2010.