O governador Eduardo Campos (PSB) e o prefeito do Recife João Paulo (PT) são as duas maiores lideranças das esquerdas no Estado, atualmente.
Zero novidade nisso.
O curioso nessa relação ou nova “amizade de infância” são os interesses em jogo.
Numa estratégia voltada para os próximos embates eleitorais, o governador e o prefeito ensaiam dobradinhas em projetos importantes para o Estado (leia-se: que lhes dêem visibilidade).
Os dois vão estar juntos nesta sexta-feira em Palmares, Mata Sul de Pernambuco - reduto eleitoral de Miguel Arraes, ex-governador e avô de Eduardo - e no Recife, em seminários organizados pelo Palácio das Princesas.
A iniciativa também é uma forma de mostrar que as forças de esquerdas estão unidadas para a sucessão municipal de 2008.
E nesse campo, quem não repete o mantra “João Paulo é o condutor do processo sucessório” está fora de moda, desalinhado com o discurso oficial.
O encontro de agendas dos Executivos Estadual e Municipal pretende atingir objetivos claros.
Mesmo que pareça “história para boi dormir”, a união entre PT e PSB está na ordem do dia dos dois partidos.
Afinal, está em jogo o poder.
E ninguém quer perdê-lo de vista.
Assim, num esforço de tolerância mútuo, Eduardo e João Paulo dão as mãos e passeiam pelo Estado, numa demonstração de que o desejo é marchar juntos não só no Recife mas também onde for possível no Interior. 2010 está longe, mas já ganha força um possível cenário com Eduardo disputando a reeleição e João Paulo sendo o nome da aliança governista ao Senado.
Mas…
Nessa história toda o que há de concreto até aqui é que os dois só são inseparáveis mesmo é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o “homem-teflon”.
Ps.: Talvez a fase “teflon” de Lula se divida em antes e depois da tragédia de Congonhas.