“Não se pode entender a política brasileira nos últimos cinqüenta anos sem inserir a estuante figura de Antônio Carlos Magalhães.
Dotado de grande faro político e enorme senso de oportunidade, ACM, como gostava de ser chamado, era antes de tudo um ente coletivo, portador a um só tempo de forte instinto de brasilidade e telúrica paixão pela Bahia, estado que deu notável salto de crescimento em suas administrações.
Polêmico e polemizador, defendia com enorme combatividade suas idéias, que despertavam adeptos e, em contrapartida, granjeavam aguerridos adversários.
Estivemos juntos nas mesmas agremiações partidárias, embora tivéssemos divergido em alguns episódios, o que não me impede de testemunhar seu destemor na oposição, competência no exercício das funções públicas e enorme capacidade de revelar novos quadros à nação, conquanto não tenha visto seu filho Luís Eduardo alçar à Presidência da República.
Como amigo, o seu desaparecimento nos entristece, embora esteja certo de que seu exemplo continuará a marcar a Bahia e o país, inclusive por meio de seus descendentes.” Do senador Marco Maciel (DEM), que acompanhará, em Salvador, o velório do correligionário.