Da Editoria de Cidades do Jornal do Commercio O fim de semana promete ser agitado nas principais emergências dos hospitais do Estado.

Em assembléia realizada ontem à noite (quarta, 18), na sede da Associação Médica de Pernambuco, na Boa Vista, vários médicos rejeitaram a proposta de reajuste salarial feita pelo governo e decidiram que vão entregar os cargos.

A categoria queria que o salário-base inicial dos médicos do Estado, que atualmente está na faixa de R$ 1.300, fosse elevado para R$ 2.161.

Segundo Mário Fernando Lins, presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), o governo fez uma proposta que elevaria o valor para R$ 1.400. “A proposta feita pelo governo chega a ser ridícula.

A categoria acredita que só pode ser provocação.

Todos os cerca de 120 médicos que compareceram à assembléia ficaram indignados.

Sabemos que entregar o cargo é uma medida drástica, sobretudo para a população, mas temos que ir para o embate.

Sei que pedir demissão é uma decisão de caráter individual, mas percebo que a maioria dos médicos está disposta a sair mesmo”, esbravejou Lins.

O presidente do Simepe confirmou a intenção dos médicos de entregar o cargo o quanto antes. “Alguns já começam a entregar o cargo na sexta-feira (amanhã), prejudicando os plantões do fim de semana nas principais emergências do Estado”, completou Lins.

Ele disse que os médicos ortopedistas e neurocirurgiões, sobretudo dos Hospitais Getúlio Vargas (HGV), no Cordeiro, e Restauração, no Derby, estão entre os que vão pedir demissão. “São as maiores emergências”, afirmou Lins.

Na última segunda-feira, o setor de trauma do HR chegou a ser parcialmente fechado por causa da quantidade excessiva de pacientes. “Isso porque os médicos estavam atendendo.

Imagine quando entregarem os cargos?”, indagou Lins.

O problema no atendimento aos pacientes também deve afetar o Hospital Otávio de Freitas, no Sancho, Zona Oeste do Recife.

Além de pleitear aumento salarial, os médicos do Estado reivindicam melhores condições de trabalho e estruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV).