Por Joana Rozowykwiat Da Editoria de Política do JC Depois de ter seu nome cotado para disputar uma vaga de vereador em São Paulo em 2008, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, avalia que deverá continuar sem mandato até 2010. “Não há nada definido, mas acho que é mais importante, agora, que eu me dedique à direção do partido.
Não preciso de mandato para fazer política”, disse, de Brasília, onde mora atualmente.
Segundo ele, a possibilidade de concorrer em São Paulo foi levantada pelo diretório da sigla no Estado, mais ainda deverá passar pelo crivo da cúpula nacional. “O pessoal de São Paulo está com essa idéia. É uma tentativa de fortalecer o partido lá, porque algumas pesquisas indicam que haveria um bom resultado.
Avalio que cuidar na direção nacional é o melhor mesmo e estou propenso a não mudar esse rumo”, explicou Freire, que atualmente é suplente do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB).
Ele, no entanto, ressaltou: “Mas essa será uma decisão do partido”.
Apesar de ter exercido cinco mandatos de deputado federal e um de senador, Freire disse que não vê como retrocesso sair candidato a vereador, se essa for a decisão partidária. “Não é uma função menor. É tão digna como qualquer outra.
Especialmente quando os políticos estão perdendo a representatividade e há uma crise ética, é importante que pessoas sérias possam trabalhar com competência, independentemente de ser no âmbito municipal ou federal”.
Sem exercer nenhum cargo eletivo, o pós-comunista retomou sua atuação como advogado, interrompida devido à carreira política. “Estou advogando para me manter, mas o meu negócio mesmo é a política”, contou.
Com a vida toda estruturada fora de Pernambuco, Freire revelou que não tem planos de voltar à sua terra natal antes de 2010. “Vamos talvez aguardar 2010, para eu analisar se terei mandato.
Por mim, seria isso, mas tudo depende do partido”, afirmou.
E frisou que seu afastamento do Estado se dá por conta das atividades profissionais. “Preciso acompanhar as atividades do partido.
São Paulo tem 25% do eleitorado e o PPS tem pretensão de crescer nas maiores cidades.
Minhas atividades como advogado também são lá.
Mas a minha vida política está voltada para Pernambuco”, frisou.
Questionado se estaria interessado em disputar uma vaga no Senado, ele respondeu que será preciso observar a postura de Jarbas e aproveitou para elogiar o desempenho do senador. “Ele tem se destacado bastante, tem sido muito coerente”.
Com origem política no PCB, após a queda do Muro de Berlim Roberto Freire abandonou antigas bandeiras e, em 1992, fundou o PPS.
A recente ligação com partidos à direita no espectro político, como o próprio PSDB e o PFL, terminou gerando desgaste à imagem do ex-senador.