Se você não é assinante do Jornal do Commercio, ainda tem tempo de passar na banca de jornais mais próxima e garantir a imperdível edição deste domingo (15).
Além da qualidade editoral que marca o JC todos os dias, o exemplar de hoje traz o caderno “Tiros na Esperança”.
Um especial de 8 páginas para ler, guardar e refletir.
A reportagem, assinada por Eduardo Machado e João Valadares, mostra que se a violência em Pernambuco pode ser encarada como uma epidemia, seu vetor principal é o revólver calibre 38.
Os repórteres fizeram um rastreamento das 2.497 armas de fogo apreendidas no Recife, pela polícia, entre 2004 e 2006.
Um trabalho que durou seis meses e que nem o próprio setor de segurança pública do Estado dispõe.
Eles verificaram que 82% desssas armas são revólveres.
E 82% dos revólveres são do calibre 38.
Também constataram que 1/ 3 deste total estava na mão de adolescentes.
Jovens que, muitas vezes, têm acesso a este arsenal através de um personagem que começa a se destacar no submundo do crime em Pernambuco: o fornecedor de armas de aluguel.
Machado e Valadares entrevistaram, no Coque, um destes “empresários”, que cobra um percentual sobre o rendimento de cada crime praticado.
Também impressiona a estatística que compara os números da violência no Estado ao de conflitos armados pelo mundo.
A média anual de assasinatos em Pernambuco, de 2004 a 2006, bate em 3.662 vítimas.
Número superior aos de 15 conflitos relacionados em uma das matérias do caderno.
Incluindo a disputa entre Israel e Palestina, por exemplo.
Mas a reportagem não é só pessimismo.
Também há lugar para esperança, como no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Jaboatão dos Guararapes, unidade modelo da Fundac, que vem trabalhando na recuperação de menores que tentam emergir de um ambiente onde só conheceram violência.
Impressionam os desenhos que estes jovens fizeram sobre o seu dia-a-dia, a pedido dos repórteres.
Como se não bastasse tudo isso, o projeto gráfico de Andréa Aguiar e as fotos de Marcos Michael, Helia Scheppa e Renato Spencer destacam uma assustadora realidade em preto-e-branco.
E valem a ida até a banca da esquina.