A greve dos professores da rede estadual de ensino entra em seu 36o dia nesta segunda (16), apesar do corte do ponto já definido pelo governo e da determinação da justiça de que os docentes voltem ao trabalho. “Uma greve é deflagrada e decretada em assembléia.

Não tem risco de encerrarmos este movimento antes da quarta (18), às 14h, quando faremos nova assembléia para decidir os rumos da paralisação”, disse o professor Paulo Rocha, secretário de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe).

A categoria decidiu manter a greve na sexta (13), passando por cima das lideranças do Sintepe, que queriam encerrar movimento.

Por determinação do juiz Luiz Gomes da Rocha Neto, da 4ª Vara da Fazenda da Capital, o Sintepe está obrigado a pagar uma multa diária de R$ 10 mil desde o dia 9, quando os docentes deveriam ter voltado ao trabalho.

Mas os dirigentes afirmam que ainda não foram notificados oficialmete.

De fato, segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco, o oficial tentou, por três vezes, notificar o sindicato.

Sem sucesso.

A liminar foi, então, devolvida para o juiz, que decidirá que medidas vai adotar.

REIVINDICAÇÕES Na próxima terça (17), às 9h, os professores fazem ato público na frente da Secretaria de Educação do Estado.

No dia seguinte, às 14h, reúnem-se para nova assembléia na quadra de esportes do IEP.

Os docentes querem reajuste de 16% e equiparar o piso da categoria ao salário mínimo.

Em comunicado oficial publicado neste sábado (14), nos jornais do Recife, o governo apresentou suas razões para o corte do ponto.

Destacou, por exemplo, a proposta de se criar um plano de cargos e salários para a categoria, “engavetado há mais de oito anos”, além do acatamento de praticamente a totalidade das reivindicações, que representariam um acréscimo de R$ 26 milhões na folha salarial da educação em 2007 e R$ 50 milhões em 2008.

O desconto determinado pelo Governo vale já para os salários deste mês.

Essa é a maior paralisação da categoria nos últimos nove anos e a primeira enfrentada pela gestão de Eduardo Campos.