Não se sabe se o presidente tomou conhecimento do protesto dos professores na porta do Centro de Convenções, mas o conselho que deu ao governador Eduardo Campos pareceu providencial.

Ele disse ser preciso ter paciência com as críticas. “É preciso ter paciência.

A gente às vezes pensa que é tão bom que não pode ser criticado.

O problema é que a angustia deles é diferente da nossa”, explicou.

Contraditório como só ele, Lula, momentos depois, o mesmo Lula reclamou de injustiça nas críticas que recebe. “As pessoas podem criticar que não fizemos tudo (que prometemos), mas é justo reconhecer o que fizemos, na área da reforma agrária, no salário mínimo.

Não acho justo é as pessoas não reconhecerem as coisas”.

Quando citou as reinvindicações salariais, Lula foi mais uma vez genérico. “Quem se contenta com o que ganha, não merece o que ganha”, pontuou, no mesmo discurso em que disse que não podia gastar todos os recursos da União em folha de pagamento porque o dinheiro deveria financiar também obras para o povo.

Nesta hora, o presidente voltou a abusar das metáforas. “É como um filho que pede e você é obrigado a dizer não.

Não é que você não goste do filho.

Quantas vezes você é obrigado a dizer não para a pessoa amada.

O contra-cheque não dá”.