Da Editoria de Cidades do JC O pedido de aposentadoria do coronel Luiz Meira criou uma saia justa para o governo.

Embora tenha mais de 30 anos de atividade funcional, o oficial não poderá ser colocado na reserva.

Isto porque ele responde a um processo de abuso de autoridade, aberto contra ele após os protestos estudantis, em 2005, quando Meira foi acusado de agir com violência para reprimir as passeatas.

Ele só poderá se aposentar quando o processo for julgado. “É um abacaxi que a Secretaria de Defesa Social terá que descascar.

Eles vão ter que arrumar um lugar para o coronel.

Para casa, não vão poder mandá-lo”, disse um oficial.

Ontem o telefone não parou de tocar na sede das associações de oficiais e praças da Polícia Militar.

Um dos boatos era o de que o coronel Luiz Meira tinha caído porque estava defendendo aumento salarial para a tropa.

O mal-estar foi causado em função de visitas feitas pelo coronel aos batalhões do interior após assumir o comando da Diretoria-geral de Operações.

Nas conversas, Meira teria sinalizado que o governo estava discutindo o reajuste salarial e chegado a falar em percentuais. “O que se criou foi um rastro de pólvora.

Se tinha um clima de insatisfação, agora a situação piora”, afirmou o presidente da Associação dos Oficiais, Vlademir Assis.

O diretor de imprensa da Associação de Cabos e Soldados, Luiz de Melo, disse que Meira era um canal de diálogo.

O secretário da SDS, Romero Meneses, negou que a saída de Meira atrapalhe as negociações com a categoria.

Ontem ele participou da primeira reunião com o vice-governador João Lyra Neto, para discutir as reivindicações salariais.