O ex-diretor geral de Operações da PM, coronel Luiz Meira, também fez, nesta quarta (11), graves insinuações de manipulação sobre as promoções de oficiais na Polícia Militar.

Ouvido pela jornalista Graça Araújo, da Rádio e TV Jornal, ele contou como se deu a última leva de promoções.

E novamente pesou a mão nas críticas ao chefe do Estado Maior da PM, coronel Romero Paiva, seu superior imediato.

Meira disse que, mesmo sendo um dos seis integrantes da Comissão de Promoções da PM, não foi chamado a uma reunião para avaliar a última lista de nomes.

Conseguiu participar de um segundo encontro sobre o assunto e foi informado com atraso sobre a realização de um terceiro.

Ele lembrou o caso de um oficial de sua confiança que estaria habilitado para uma promoção desde 2000 e não obteve sucesso porque teria sumido, misteriosamente, um documento que garantiria sua ascenção profissional.

NOTA ZERO O coronel Meira discordou de como foi feita a apuração das notas para cada um dos nomes que estavam sendo considerados.

Segundo ele, os membros da comissão deram as notas, que foram recolhidas por um oficial sem que a apuração fosse feita de imediato.

Dois dias depois, o resultado estava pronto, sem direito a contestação.

Meira lembra de ter dado nota 0 a 14 pessoas.

E não concorda com alguns dos nomes que apareceram na lista de oficiais promovidos.

Disse ter votado contra a tenente-coronel Eunice, que será a primeira mulher a chegar à patente de coronel da PM em Pernambuco, por antiguidade.

Criticou a promoção do Major Oliveira que, segundo ele, é amigo do chefe do Estado Maior da PM, Romero Paiva.

E bateu na ascenção do Major Marcos Luiz, que seria cunhado do chefe do Estado Maior.

Ele também falou contra a promoção do Major Chusa por não ter, na sua opinião, um perfil operacional.

Ao mesmo tempo, foram negadas as promoções de majores que ele havia posto na chefia dos batalhões no Estado - uma de suas medidas mais polêmicas para oxigenar o comando da PM, como queria o governador Eduardo Campos.

Apesdar de sua liderança na tropa, o coronel deve ter sentido que não tinha tanto poder assim.

E com a possibilidade de ter a sua diretoria geral de Operações dividida em duas, resolveu pendurar o quepe. “Faltou liberdade para trabalhar”, disse a Graça Araújo.