Carta aberta do Setrans Revisão tarifária é decisiva para avanço do setor de transporte público da RMR O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Setrans) está propondo ao Estado um incremento de 17% no valor da passagem de ônibus da Região Metropolitana do Recife para que o setor consiga equilibrar suas contas.

O sistema de transporte público na RMR está acumulando déficits que acarretam desequilíbrio e instabilidade ao setor.

As contas não fecham e as receitas não conseguem cobrir as despesas.

O déficit acumulado de novembro de 2005 a junho de 2007 ultrapassa os R$ 30 milhões.

São 20 meses sem aumento de tarifa, sem contar com os resíduos anteriormente acumulados.

Apesar da situação atual ser favorável a melhorias no sistema - órgão gestor migrando para o Consórcio Metropolitano, Sistema integrado em funcionamento e qualidade de gestão das operadoras acima da média nacional -, o que se percebe é que a situação é instável, havendo possibilidade tanto de um significativo avanço, quanto de um indesejável retrocesso, que pode deteriorar o sistema.

Hoje, 25% dos ônibus em circulação estão com mais de sete anos de idade, entrando na chamada idade crítica.

Os passageiros com gratuidade representam 19,5% do total de pessoas transportadas.

Se forem somadas as fraudes e a meia passagem aos domingos esse percentual chega a 26,5%, onerando a tarifa.

E as receitas deverão cair ainda mais quando os novos terminais de integração estiverem funcionando, porque serão mais pessoas sendo transportadas e menos pagantes.

Por outro lado, os custos cresceram bastante.

Enquanto a tarifa subiu 133,33% nos últimos 10 anos, o combustível (diesel) aumentou 342,15% e o valor do veículo padrão está 183,62% mais caro no mesmo período.

Contas consideradas como despesas diversas como seguro, fardamento e etc, cresceram 273,61% e pneu 152,56%, nesses 10 anos.

De forma geral, o custo subiu em média 191,17%.

Atualmente, há 20 capitais com tarifas superiores às praticadas em Recife e três (Fortaleza, Natal e João Pessoa) com valores iguais.

Sendo que Fortaleza possui desoneração.

Do porte da RMR, todas as capitais têm valores de tarifa superiores.

Os riscos de um sistema sem saúde financeira, num futuro próximo, é deixar cair a qualidade dos serviços, não conseguir cumprir os prazos de renovação de frota nem investir em novos equipamentos.

Além disso, um enfraquecimento no sistema pode trazer a tona os transportes clandestinos e desemprego.

O que o sistema precisa é a cobertura de seus custos que permita a manutenção e o investimento na qualidade do serviço, renovação de frota, programas de combate às fraudes, parcerias entre as empresas operadoras, o poder público e a sociedade, e a implantação do Consórcio Metropolitano.