Por Eduardo Machado, no site Pe Body Count O secretário de Defesa Social, Romero Meneses, encerrou no último mês de abril um convênio existente entre a SDS e a Celpe.
Pelo convênio, a empresa de energia pagava diárias, bancava material de manutenção e despesas gerais da Delegacia de Crimes contra a Administração Pública.
Segundo a assessoria da SDS eram R$ 15 mil por mês.
Pagos diretamente ao delegado titular e este por sua vez precisava prestar contas apenas à Celpe.
Parabéns ao secretário pela medida.
Antes tarde do que nunca.
Vejamos alguns detalhes sobre a parceria SDS X Celpe: Como quem paga, manda, o contrato tem uma série de cláusulas questionáveis do ponto de vista ético.
Só para dar uma idéia do nível de exigência que a Celpe fazia, o contrato deixa claro que as operações de “caça-macacos”, ou seja, de desligamento de ligações clandestinas e prisão em flagrante dos infratores, deveriam ser feitos em “viaturas ostensivas” da polícia.
O objetivo era causar maior impacto no momento da prisão de quem furtava energia elétrica e tornar o “efeito pedagógico” da detenção mais duradouro, inclusive entre os vizinhos do acusado.
O contrato mostra que há uma visão empresarial da parceria.
Os policiais eram incentivados a bater metas.
Quanto mais recuasse o índice de perdas da Celpe por ligações clandestinas, maior seria o repasse de dinheiro à delegacia.
Por causa desse contrato, a Delegacia de Crimes contra a Administração Pública passou a ser cobiçada dentro da Polícia Civil.
Como todos sabem há, no mínimo, dois grandes grupos dentro da instituição.
Até o fim de 2006 um grupo mandava na delegacia, este ano assumiu o outro.
Cabe agora ao delegado Ronaldo Freitas, que investiga a legalidade do contrato, solicitar aos delegados que passaram pela especializada desde 2004 que divulguem suas prestações de contas à Celpe.
Vai ser interessante descobrir o que era feito com R$ 15 mil por mês em uma delegacia que até ser desocupada na semana passada, do prédio onde funcionava na Rua Velha (também de propriedade da Celpe) estava caindo aos pedaços.