No rumo da autonomia por Luís Carlos Lins Algo de novo acontece no âmago dos movimentos sindical e popular em termos de liberdade de atuação.
A UNE, a nível nacional acaba de realizar congresso e aponta para a sociedade que não aceita ser tutelada pelo governo federal.
O MST já pensa e age com bastante liberdade há um bom tempo e rejeitou a presença do presidente Lula em encerramento do congresso realizado pela entidade, também na capital federal.
Em Pernambuco o Fórum dos Servidores Públicos do Recife senta a mesa de negociação com altivez, promove atos públicos, faz críticas abertas e demarca campo.
O SINTEPE, que representa os trabalhadores em educação no estado de Pernambuco, pressionado e submetido pela base, rebate a acusação de negar à coletividade o direito as aulas e denuncia os gestores estaduais (de ontem e de hoje), como os verdadeiros e grandes responsáveis pela falência do setor educacional em nosso estado.
E contando sempre com a cobertura da Central Única dos Trabalhadores. É importante registrar.
O Fórum Permanente Pela Ética na Política ( integrado por sindicatos, movimentos de igreja, ong’s, etc.) não titubeou ao denunciar o abusado e escândaloso aumento que teria o prefeito da cidade do Recife e todo o seu secretariado, além do vice-prefeito.
Fazer campanha, pedir votos, declarar apoio, não pode ser confundido com cheque em branco e muito menos significa apoio incondicional.
Os interesses administrados pelos governantes são sempre conflitantes e o poder de lobby dos que estão na base da pirâmide sempre foi menor. É bom nunca esquecer, que nós fazemos a campanha, mas não a financiamos!
Este clima de autonomia, cada vez mais crescente, presente em vários segmentos da sociedade civil, busca romper com uma tradição histórica de cooptação das forças sociais organizadas e pode representar uma mudança de rota importante que a médio e longo prazo, deve render bons frutos no avanço e consolidação da consciência cidadã.
Repercutindo sem dúvida, na mentalidade daqueles que fazem a política partidária e que estão a frente das instituições.
Manter distância equilibrada, desconfiança e vigilância permanente em relação ao poder institucional não é só saudável, mas imprescindível à dinâmica do regime democrático.
PS: Luís Carlos Lins é membro do Fórum Permanente Pela Ética na Política e militante do MTC ( Movimento de Trabalhadores Cristãos)