Por Ana Lúcia Andrade Da Editoria de Política do JC Formado em Administração de Empresas, o novo titular das Finanças em Jaboatão, Edson Matos, vinha atuando na secretaria de Planejamento do município.
E já assume a pasta criticando o conselheiro aposentado do TCE, Romeu da Fonte, que não aceitou convite do prefeito Newton Carneiro para integrar o secretariado municipal.
Matos foi funcionário do Bandepe por 16 anos quando o banco pertencia ao Estado.
Seu primeiro cargo público de comando foi como diretor da Companhia Integrada de Serviços Agropecuários de Pernambuco (Cisagro), no 2º governo Arraes.
Ele também fez parte da Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) no governo Jarbas Vasconcelos (PMDB).
Ainda na gestão do peemedebista, trabalhou no Prorural e foi diretor administrativo e financeiro da Secretaria de Cultura e da Fundarpe.
JORNAL DO COMMERCIO - Assumir as Finanças de Jaboatão dos Guararapes, um município problemático, é assumir um abacaxi?
EDSON MATOS - Não.
Do ponto de vista administrativo e financeiro, Jaboatão está muito bem.
Agora, com pequenos ajustes, o prefeito avança na administração dele. É um municícpio que não deve nenhuma folha.
Já pagamos 50% do décimo terceiro.
Não devemos nenhum fornecedor.
Precisamos apenas de alguns ajustes que já estamos providenciando.
JC - Que ajustes?
MATOS - Estamos com um recadastramento em andamento e providenciando uma nova planta genérica dos valores pagos ao muncípio que deve ser encaminhada à Câmara Municipal ainda esse ano.
Devemos fazer também alguns ajustes no custeio da máquina para que o prefeito tenha mais recursos para investimentos. É só isso que precisamos.
Os investimentos até agora não apareceram por causa de questões de administrações anteriores.
Nós levamos dois anos e três meses para ter as certidões previdenciárias.
Eu era secretário de Planejamento, desde julho de 2005, por isso falo com tanta propriedade sobre os números.
Planejamento e Financas se confundem muito.
JC - E quanto às razões das recusas à pasta de Finanças, inclusive as supostas pressões reveladas pelo ex-presidente do TCE Romeu da Fonte, o senhor tem conhecimento desse tipo de dificuldade?
MATOS - Com todo respeito que tenho pelo ilustríssmo presidente do TCE, não sei se ele teria conhecimento técnico para assumir uma pasta que é eminentemente técnica.
Presidente de TCE é um cargo muito político.
Quanto aos auditores, há um equívoco do nobre presidente.
Eduardo Maia, um dos elementos a quem ele se referiu, foi quem instalou a central de licitações do município de forma muito competente.
Se houve pressão contra Eduardo Maia foi para que ele permanecesse, não para que ele saísse.
Ele não aceitou continuar porque quando aceitou ir para o governo já tinha data certa para sair.
Eduardo Maia era uma unanimidade do governo para continuar, mas ele tinha um compromisso com o Tribunal.
Quanto a Aldermar Santos, sou testemnhua da capacidade dele.
Mas está entre as atribuições do prefeito escolher com quem quer trabalhar.
Mudanças em governo são coisas naturais.
Só não é em Jaboatão.
JC - Por que não?
MATOS - Quanto ao episódio de Mariza Carneiro, pergunte a ela.
Entendo que ela deu por encerrado o seu ciclo na administração.
Fez um excelente trabalho e está querendo descansar.
O resto é uma questão política.
Nenhum município de Pernambuco tem 13 pré-candidatos.
Você conhece algum?
Então qualquer coisa que aconteça nesse município, mesmo que seja corriqueira, vai se transformar em manchete mesmo.
E se puderem colocar uma pimentazinha nesse tempero vão colocar.
JC - O senhor está dizendo que os problemas de Jaboatão são fruto de uma disputa política não são fatos concretos?
MATOS - Em sua maioria não são.
Eles tomam uma dimensão maior do que têm.
Em qualquer outro lugar, seriam fatos corriqueiros de uma administração que seriam resolvidos da melhor forma.
Nós não.
Temos que enfrentar 13 pré-candidatos e que não são qualquer um: são parlamentares, comunicadores, pessoas que têm alcance na mídia e que podem deturpar alguns fatos.
JC - E houve deturpação?
MATOS - Houve.
No próprio fato da saída de Mariza.
Alguns pré-candidatos fizeram parecer que o mundo iria cair e que o governo seria um caos.
Quando será apenas a substituição de uma excelente técnica, que fez um excelente trabalho, o que poderia acontecer em qualquer lugar.
Mas como é Jaboatão, com 13 pré-candidatos que têm tribuna, transforma-se isso num caos.
JC - E essas supostas interferências da deputada Elina Carneiro na administração?
MATOS - Nunca houve.
Qualquer governante tem seu grupo de conselho político.
Se o cara é prefeito e tem uma filha parlamentar ela não pode ser sua conselheira?
Agora, entre ser conselheira e a pessoa mais influente ou a que vai tomar o lugar do pai vai uma distância muito grande.
Ela é uma conselheira de prestígio, com interferências fortes, claro!
Até pelo seu grau de parentesco.
Como também é a secretária que está saindo (Mariza Carneiro é sobrinha do prefeito).
Agora, muitas pessoas acham que Elina é quem manda e o prefeito não sabe o que faz.
Se houvesse pressão familiar, Mariza não estaria saindo.
JC - Como o senhor chegou no governo Newton Carneiro?
MATOS - Recebi um convite do próprio prefeito.
Leia o que publicamos sobre Edson Matos, neste domingo, aqui.