Na semana passada, critiquei aqui um comentário da Associação dos Servidores do Poder Judiciário, censurando a imprensa por acompanhar o Plano de Cargos e Salários.
O texto chegava ao ridículo de afirmar que \silêncio estratégico\ não se chegaria a um resultado satisfatório com a \desastrosa publicidade, como se numa democracia todos não estivessem obrigados a ser transparentes.
O caso é mais grave do que eu pensava, pois trata-se de uma posição reincidente.
Vejam uma coluna assinada ainda no dia 22 de junho.
Sem barulho é melhor Por Sérgio Marcos Terminada a votação do anteprojeto pelo Tribunal Pleno, na segunda-feira, 18, o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, desembargador Fausto Freitas, empolgado com a vitória obtida na primeira e mais fácil batalha pela implantação do novo PCCV, fez um discurso caloroso.
Para justificar seu otimismo – e talvez para deixar a nós servidores tranqüilos - o chefe do Judiciário anunciou que já havia mantido uma proveitosa conversa com o governador do estado, com o qual já teria acertado uma suplementação de R$ 20 milhões.
Na matéria publicada no Diário Oficial do dia seguinte, note-se que foi omitida a informação sobre valores, bem como outras declarações do presidente do TJPE que, como já disse, foram feitas no calor da emoção.
Ainda durante a sessão do Pleno, falei com o secretário de administração do TJPE, Ricardo Lins.
Concordamos que o ali dito não deveria ser escrito, por razões óbvias.
Ora, habitualmente temos visto, em nosso estado, categorias degladearem entre si na na defesa de suas reivindicações.
E há os que não resistem ao “olho grande” em cima das conquistas alheias.
Suscitado o conflito de interesses, sempre vem à tona o oportunismo de parlamentares que aproveitam para fazer média com bases eleitorais ou simplesmente transformar as polêmicas em munição contra o governo – no caso da bancada oposicionista.
Por essa e outras razões, a ausência de publicidade é salutar.
Quanto menos o assunto aparecer nos Meios de Comunicação Social melhor para nossas pretensões.
No dia da votação do Pleno não havia presença de profissionais da Imprensa na sessão.
Apenas a equipe de Assessoria de Comunicação do próprio TJPE fez o registro e, já disse, tratamos de “abafar o caso”.
Como, então, os jornais de grande circulação tomaram conhecimento da conversa do Judiciário com o Executivo sobre suplementação orçamentária?
Aos dirigentes da ASPJ eu pedi que não propagassem os dados.
Propus também que se fizesse ouvidos de mercador às provocações dos “cabeças” do Sindicato.
A hora não é de arregimentar forças?
Duas coisas deixam nossos líderes sindicalistas profundamente irritados: primeiro, discordar deles em alguma coisa.
Segundo, dividir os louros de conquistas.
O Tenório e sua trupe não toleram contestações e adoram brilhar.
Então, deixemos que o Sindjud se arvore da paternidade de tudo que houver de bom no novo PCCV e transfira a seus opositores as responsabilidades pelo que houver de ruim.
Não é sempre assim?
Então que assim seja.
Por enquanto, caros colegas, canalizemos nossas energias exclusivamente na aprovação do PCCV.
Mas alguém, se tiver oportunidade, oriente nossos dirigentes sindicais.
Peça-lhes para evitar jornais.
E quando for inevitável falar à imprensa, que se fale apenas o necessário. ————————————- Mensagens para esta coluna devem ser enviadas para o e-mail sergiomarcosfeitosa@gmail.com Veja o original aqui.