Policiais militares que faziam uma operação conjunta com a Polícia Federal nesta sexta (6), durante assalto à Clínica Modelle Center, na Madalena, confundiram o repórter fotográfico do Jornal do Commercio, Alexandre Severo, com um dos assaltantes.

Cerca de sete PMs - só um deles fardado - tomaram o celular com o qual o repórter registrava fotos e o imobilizaram por alguns minutos, com rosto no chão e as mãos para trás.

Severo estava numa loja de informática, em frente à Modelle Center, por volta das 13h30, quando ouviu tiros vindos da rua.

Ao sair da loja, o tiroteio já estava encerrado.

Então, ele viu dois homens sendo imobilizados por policiais e, como não estava com seu equipamento fotográfico profissional, usou o celular para tirar as fotos.

Os policiais militares notaram sua presença, tomaram o celular e o imobilizaram antes que ele pudesse mostrar sua identificação de funcionário do Jornal do Commercio. “Quando cheguei no local, o tiroteio já tinha terminado.

E durante todo o tempo fiquei dizendo que era jornalista”, contou.

Em seguida, Severo foi revistado.

Mas mesmo depois de encontrarem a identificação do fotógrafo, os policiais militares o mantiveram detido.

Alguns chegaram a fazer xingamentos.

O fotógrafo foi levado à sede da Polícia Federal, no Cais do Apolo, onde a situação finalmente se esclareceu.

O celular tomado pelos policiais militares só foi devolvido no fim da tarde, sem a bateria, o cartão de memória e com as fotos apagadas.

De acordo com a Polícia Federal, os PMs afirmaram que o celular caiu no chão e por isso perdeu-se o cartão e a bateria.

No entanto, não se explicou porque as imagens foram deletadas do aparelho.

O sumiço do cartão e da bateria foi registrado em um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) lavrado pela Polícia Federal.

Severo foi liberado no início da noite.

MORTE A tentativa de assalto à Modelle Center deixou um bandido morto, além de um delegado federal e dois assaltantes feridos.

Um ex-funcionário da clínica, apontado como integrante do bando, foi preso.

Para o assessor de comunicação da PF, Giovani Santoro, não houve falha operacional das polícias. “Os bandidos perceberam a presença do delegado e efetuaram os disparos.

Mas havia PMs e policiais federais para garantir a segurança.” Leia neste sábado, no Jornal do Commercio, a cobertura completa sobre o assalto e a operação conjunta das polícias Militar e Federal. (Com informações da Editoria de Cidades do JC).