Fortaleza - O último dia da 3ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar, nesta sexta-feira, será marcado pela apresentação de moções.
Uma delas será a moção contrária à transposição do Rio São Francisco.
Segundo o presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar (Consea) da Bahia, Carlos Eduardo Leite, os manifestantes vão pedir a interrupção das obras iniciadas pelo Exército. “A maioria dos movimentos sociais no Nordeste é crítica a esse projeto”.
Em vez da transposição, ele defende a realização de pequenas obras para atender à necessidade de água na região do Semi-árido. “Temos soluções para o abastecimento de água de uma forma descentralizada, difusa, por meio de pequenas obras de captação de águas.
Se aplicadas em conjunto, elas atingem uma gama muito grande de municípios a um custo muito mais baixo que a transposição”.
Ele diz, ainda, que o governo deveria aplicar as sugestões do Atlas do Nordeste, divulgado pela Agência Nacional de Águas (ANA) no final do ano passado.
A publicação aponta cerca de 530 ações para reduzir o déficit de água nas cidades nordestinas.
Em março, o diretor-presidente da ANA, José Machado, disse que o Atlas é complementar às obras de transposição do São Francisco, ao sugerir a construção e a ampliação de sistemas de captação de água, adutoras e tratamento.
As propostas das moções serão apresentadas à votação da plenária da conferência, que conta com a participação de cerca de 2 mil pessoas.
Ao final do encontro, será produzido um documento com as propostas para a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, a ser enviado ao governo.
A conferência é resultado de uma discussão que começou em 2006, com a participação de 70 mil representantes de governo e da sociedade civil em conferências municipais e estaduais sobre segurança alimentar.
Esta terceira edição é organizada pelo Consea e pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.