Por Eduardo Machado, no PE Body Count O esquema milionário de desvio de dinheiro da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, denunciado em janeiro deste ano, começou a ser investigado de verdade na semana passada.
Nos últimos cinco meses, a Delegacia de Crimes contra a Administração Pública ficou à espera de documentos da Secretaria da Fazenda, para tentar descobrir quanto a DRFV recolheu em taxas desde 1991.
Os documentos chegaram no mês passado.
Esta semana começaram os depoimentos.
Três delegados já foram ouvidos, na presença de dois promotores de Justiça e da delegada Cláudia Freitas.
A apuração está sendo conduzida em sigilo.
Somente entre 2001 e 2006, o esquema desviou mais de R$ 3,7 milhões.
A fraude funcionava da seguinte forma: pessoas que precisam comparecer à delegacia para realizar vistorias nos veículos, exigidas por lei em casos de transferência, eram avisadas da necessidade do recolhimento das taxas através de um depósito na conta única do Estado.
A suspeita é que o usuário também ficava sabendo que seria possível resolver o problema na própria delegacia.
Em alguns casos, a pessoa era dispensada de recolher a taxa, por ser conhecida dos policiais, em outros, pagaria propina para não ter que recolher o valor no banco.
Nessa brincadeira, os cofres públicos deixaram de receber recursos que poderiam ser aplicados na própria polícia.
Resta saber agora se uma investigação que pode processar por peculato delegados da cúpula da Polícia Civil será levada adiante.