O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), afirmou nesta quinta-feira que só vai se ocupar das denúncias que envolvem Gim Argello (PTB-DF), suplente do ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), depois que ele assumir a vaga no Senado. “Cada sofrimento a seu tempo”, afirmou à Folha Online Quintanilha, que disse estar desempenhando sua função “como se fosse uma missão”.

Argello deve ser investigado pelo Senado porque o líder do PSOL na Casa, José Nery (PA), sinalizou ontem que seu partido deve representar contra o suplente por quebra de decoro parlamentar.

O ex-deputado distrital e advogado é acusado de grilagem de terra e citado na Operação Aquerela, comandada pela Polícia Civil do Distrito Federal, que descobriu um esquema de desvio de dinheiro do BRB (Banco de Brasília), entre outras denúncias. “Vamos esperar que ele [Gim Argello] tome posse e assuma a cadeira para, depois, analisarmos. É preciso também aguardar para verificar se essa representação [planejada pelo PSOL] vai ser encaminhada e depois apreciá-la”, afirmou Quintanilha.

A expectativa ontem era que Argello e o segundo suplente de Roriz, Marcos de Almeida, aceitassem a proposta do ex-governador para uma renúncia em bloco.

Porém, Argello não foi localizado pelos correligionários de Roriz, indicando que não manteria o acordo inicial.

Interlocutores informam que ele assumirá a vaga na semana que vem.

De acordo com reportagem publicada pela Folha de São Paulo, foi divulgado em 2002 um vídeo em que um deputado distrital conta a um colega também parlamentar que Argello teria recebido 300 lotes em troca de apoio à aprovação de lei que regularizava o condomínio Alto da Boa Vista, em Brasília.

Outra denúncia é que no período em que foi presidente da Câmara Distrital do Distrito Federal, Argello foi acusado em ação civil pública e um processo no Tribunal de Contas do DF –ainda não julgados definitivamente– sob a suspeita de que estabeleceu contrato de informática para a Casa que causou um prejuízo de R$ 1,7 milhão aos cofres públicos.

Argello apresentou recentemente sua defesa nesse processo.

Há, ainda, acusações contra Argello de suspeita de crime contra o sistema financeiro nacional, pendências com o Fisco e citações nas investigações da Operação Aquarela