O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), divulgou agora há pouco em seu site uma resposta à nota do Governo Estadual em repúdio à greve.

No documento, o sindicato lamenta a “falta de sensibilidade” das autoridades para tratar do assunto, contesta as propostas do governo e salienta que as mesmas propostas só foram apresentadas após o início da greve.

Por fim, o sindicato convoca o governo a retomar as negociações.

Um grupo de professores que faz oposição ao Sintepe revelou que amanhã distribuirá panfletos com críticas à entidade, na assembléia que será realizada às 9h, na quadra do IEP.

Em matéria publicada nesta quinta (5) no caderno de Cidades do Jornal do Commercio, o professor José Mariano de Macêdo ressaltou que os atuais dirigentes do Sintepe são ligados ao PT e ao PCdoB, partidos aliados de Eduardo Campos, e por isso não querem desgastar o governo. “Foi indecente sugerir à categoria o fim da greve diante da falta de propostas para os professores”, disse, comentando a atitude dos sinsicalistas na última assembéia, realizada terça-feira (3).

Confira a nota do Sintepe na íntegra: “SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DE PERNAMBUCO (SINTEPE) RESPOSTA À NOTA DO GOVERNO Tomando conhecimento do comunicado do Governo de Estado de Pernambuco, divulgado hoje, dia 05, sobre a greve dos trabalhadores (as) em Educação, temos a esclarecer: 1 – A educação pública do Estado, qualificada como a pior do Brasil no Índice de Educação Básica (IDEB), é fruto do descaso e do abandono com o qual os governos que se sucederam em Pernambuco trataram a educação.

Lamentamos, no entanto, que o atual governo tenha demonstrado também a mesma falta de sensibilidade para tratar de um assunto tão importante – qualidade do ensino para quase um milhão de alunos. 2 – Desde o início do ano, o SINTEPE tem buscado, através do diálogo franco e aberto, discutir com o governo alternativas de respeito e valorização aos (às) trabalhadores (as) em educação.

Pois, a educação pública de qualidade passa, necessariamente, por este respeito e esta valorização. 3 – Consideramos importante a instalação da Mesa Geral de Negociação Permanente com os servidores estaduais, feita pelo governo.

Porém, o debate em torno das questões específicas e dos recursos vinculados, por lei, à educação, precisa de seu espaço específico, observando a transparência que todos desejam e que a democracia exige. 4 – As propostas apresentadas pelo Governo do Estado aos (às) trabalhadores (as) em educação só aconteceram após o início da greve. 5 – Sobre as propostas apresentadas pelo Governo é importante esclarecer os fatos: Implantação da Gratificação de 50% no salário base para 34 Técnicos Educacionais a partir de junho (Conquistamos este item na GREVE de 2005), Revisão da gratificação de sete professores/diretores das escolas mínimas (o Governo passado aumentou a gratificação dos diretores, não contemplando estas escolas), pagamento da progressão por desempenho a partir do mês de outubro (direito legal que não é cumprido deste 1998), pagamento de um “abono educador” de 50% do salário base, em um único mês, a ser pago no final do ano letivo (Conquistamos o pagamento deste “abono” em 2005 e 2006, com repasse no mês de outubro de cada ano), antecipação, em um mês, do pagamento do Piso Salarial Profissional do Magistério, conforme a lei (a lei ainda não foi aprovada, está em tramitação na comissão de educação da Câmara Federal). 6 – Com relação a programas de formação e capacitação existem vários segmentos da educação que ainda precisam ser contemplados. 7 – Em vista do exposto, e cientes da importância de assegurarmos o direito de quase um milhão de estudantes aos 200 dias de aula do ano letivo de 2007, com as condições que o processo educacional exige e a qualidade de ensino que a população merece, convocamos o Governo do Estado a reabrir o processo de negociação para que os trabalhadores em educação respeitados e valorizados possam retornar às suas atividades.”