BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na noite de ontem, durante abertura da 3ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar, o aumento do benefício do Bolsa-Família em 18,25% passando o rendimento médio pago às famílias carentes de R$ 62 para R$ 72.

O aumento, este ano, vai representar um gasto adicional de R$ 400 milhões e, em 2008, o desembolso anual será de R$ 1,3 bilhão.

Lula anunciou também que o governo vai começar a distribuir merenda escolar nas escolas de ensino médio.

O custo do novo programa será de R$ 362 milhões por ano e 8,3 milhões de jovens serão beneficiados.

No discurso, Lula lembrou que seu governo “foi execrado” pela direita e pela esquerda quando instituiu o Bolsa-Família, mas ressaltou que este era o caminho possível para construir o Brasil que queria.

E, lembrando mais uma vez o ex-presidente Getúlio Vargas, esbravejou: “A verdade nua e crua é que poucas vezes se pensou em política social como pensamos.

Tirando Getúlio Vargas, quero saber quem esteve tão perto dos pobres”.

Em seguida, reconheceu que não fez tudo o que queria, mas o que podia.

O presidente Lula salientou que ainda há muito o que ser feito, mas que “não se pode perder a noção das conquistas que a gente já teve”.

Para dizer que as coisas estão melhorando, ele comparou: “Estamos subindo a escada rolante”.

Ainda em tom inflamado, Lula comentou que “não fez a reforma agrária que precisa fazer”, mas atacou o governo anterior comparando e dizendo que fez muito mais.

Declarou também que o cadastro anterior do Bolsa-Família “não era sério” e que “pela primeira vez tem um cadastro que merece respeito”.

Mas, lembrou Lula, sempre existe, no meio de gente séria, picaretas, que se beneficiam indevidamente do programa. “Não é possível que uma pessoa não tenha vergonha na cara de tirar R$ 70 da boca de alguém que está passando fome”.