Valor Econômico Os manifestantes que invadiram a área no km 29 da BR-428, em Cabrobó (PE), onde o Exército iniciou as obras de transposição das águas do rio São Francisco, decidiram ontem manter a ocupação, apesar de a Justiça Federal ter determinado, na sexta-feira, a reintegração de posse.

Eles já foram notificados pela Justiça Federal sobre a ação de reintegração de posse ordenada pelo juiz federal Georgius Luís Argentini Principe Credidio, da 20ª Vara Federal de Salgueiro.

A notificação foi entregue ontem por um oficial de Justiça, acompanhado por policiais federais.

Segundo Rubens Siqueira, um dos coordenadores da ocupação e integrante da Comissão Pastoral da Terra da Bahia, os manifestantes não pretendem sair da área.

Siqueira disse que possibilidade de a polícia cumprir o mandado de reintegração não tem intimidado os manifestantes, que na semana passada iniciaram a construção de casas de barro.

Ontem pela manhã o trabalho na área foi dedicado à construção de uma praça, que iria ser inaugurada à noite.

No início da tarde, os manifestantes também começaram a fechar, em forma de mutirão, o buraco que foi aberto para dar início à transposição das águas do São Francisco. “Estamos tapando o buraco do Geddel”, disse Siqueira, em referência ao ministro de Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que enviou um interlocutor ao local na semana passada para tentar convencer os manifestantes a deixar a área.

A iniciativa, porém, ainda não teve resultado.

A ocupação começou na terça-feira e o objetivo é impedir o avanço das obras.