Jornal A Tarde A Polícia Federal vai requisitar o apoio de policiais militares de Pernambuco e não descarta o uso de soldados do Exército para forçar a desocupação da área do canteiro de obras do canal do Eixo Norte da transposição, no município de Cabrobó (PE).

Ontem, uma equipe de negociadores deslocou-se de Recife para articular a saída pacífica dos manifestantes, que desde a última terça-feira estão num acampamento montado no local onde será construído o canal.

A desocupação do canteiro de obras, com o uso da Polícia Federal e acompanhamento de agentes da Funai (Fundação Nacional de Apoio ao Índio) foi determinada pelo juiz da 20ª Vara da Justiça Federal de Salgueiro, Giorgius Argentini Felipi Credídio, e foi dada na última sexta-feira.

O juiz atendeu ao pedido da Advocacia Geral da União (AGU), que atendeu, por sua vez, o pedido de reintegração de posse feito pelo Ministério da Integração Nacional.

A retirada dos índios, mediante o uso da força da PF, não tem uma data determinada, podendo acontecer ainda hoje.

Mas no final da manhã de ontem, um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF) fez dois vôos rasantes sobre o local onde estão os índios e os sem-terra, filmando toda a área.

O sobrevôo fez aumentar a tensão no local e o temor de uma investida dos policiais federais.

Contudo, até o final da tarde, isso não ocorreu.

Conforme a assessoria de comunicação da PF, em Recife, os agentes têm ordem de esgotar até o último instante as negociações com os manifestantes, hoje constituídos, por índios da Tribo Trukás, que moram na Ilha de Assunção, a menos de 100 metros do local das obras do canal.

Os índios, juntamente com representantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) são contra a transposição e lutam, também, pela demarcação das terras indígenas.