Em nome do PSDB, o líder da bancada, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), sugeriu nesta terça-feira ao senador Renan Calheiros PMDB-AL), que se afaste do cargo de presidente do Senado Federal até a conclusão definitiva do processo a que responde no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Renan é acusado de ter despesas pessoais pagas por um funcionário da construtora Mendes Júnior.

Arthur Virgílio explicou que a sugestão é uma decisão partidária.

Arthur Virgílio assinalou que o PSDB manteve um ritmo próprio em todo o episódio e que foi o voto em separado apresentado pelo partido no Conselho de Ética que manteve a idéia de que se deveria investigar a fundo e buscar apenas a verdade.

Ele também disse que a sua candidatura à presidência do Conselho de Ética foi uma “proposta de união da instituição em torno da busca de uma solução efetiva para um caso que está, na verdade, já a esta altura, perturbando a própria vida institucional do país”. - O PSDB entende que, neste momento, longe de ser um gesto que amesquinharia sua postura, seria algo que o engrandeceria perante a Nação, porque mostraria que Vossa Excelência, que solicita o direito de defesa que afirma lhe estar sendo negado, teria a possibilidade de fazer a mais ampla defesa da sua biografia e da sua carreira - carreira que vi nascer, pois chegamos juntos ao Congresso Nacional -, ao mesmo tempo, dando a satisfação que a Nação brasileira requer - afirmou.

O senador ainda salientou que o PSDB deplorou qualquer tentativa de pré-julgamento ou linchamento moral, não tendo feito nada além de pedir mais investigação e “absoluta garantia de direito de defesa” para Renan.

Em resposta à solicitação do PSDB, feita por Arthur Virgílio, o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) disse que permaneceria no cargo, mesmo contrariando “apetites políticos da oposição”.

O presidente afirmou que sua decisão foi tomada com “serenidade e reflexão” e que o Senado Federal é “bem maior que a crise política que quiseram agigantar”.