A oposição está disposta a reagir à devolução do processo à Mesa Diretora do Senado.

O líder do DEM (ex-PFL) no Senado, José Agripino Maia (RN), disse hoje que não existem irregularidades na tramitação do processo que justifiquem o seu envio à Mesa. “Se isso vier a acontecer, estaria com cheiro de armadilha jurídica para procrastinar o processo.

A maioria dos senadores não está disposta a comprometer a imagem da instituição”, disse ele antes da decisão de Quintanilha.

Agripino afirmou que se o processo for devolvido à Mesa Diretora, os partidos de oposição no conselho vão reagir. “O plenário se reunirá e deliberará.

O conselho não pode ser prisioneiro de arbitrariedades.

Eu me recuso a acreditar que isso venha a ser proposto”, disse.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), divulgou hoje nota oficial para criticar a manobra de Quintanilha.

Virgílio também critica, na nota, a estratégia articulada por aliados do presidente do Senado de repassar ao STF (Supremo Tribunal Federal) a competência das investigações sobre Renan. “O PSDB entende que essa medida seria meramente protelatória.

A concretizar-se, desestabilizaria aquele Conselho de Ética, retirando-lhe o que lhe resta de credibilidade”, diz Virgílio.

Segundo o tucano, a PGR (Procuradoria Geral da República) já deixou claro que cabe ao Conselho de Ética dar prosseguimento às investigações relacionadas à quebra de decoro parlamentar no caso Renan.

O PSDB reúne amanhã sua bancada no Senado para discutir estratégias que impeçam a protelação do processo contra Renan, que vêm sendo articuladas nos bastidores por aliados do senador.