A partir de amanhã, o reajuste de 2% no preço do gás natural passa a vigorar em Pernambuco, mas a virada do valor na bomba para os postos que comercializam gás natural veicular (GNV) só deve acontecer a partir da segunda-feira (2).
Nessa sexta (29), a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) homologou o aumento.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE), José Afonso Nóbrega, reclama de mais um aumento com apenas dois meses do último reajuste, quando o preço médio subiu 15,52%. “Esses constantes aumentos vão tirar a competitividade do produto.
Por isso, estamos tentando marcar uma reunião com o presidente da Arpe para pedir uma explicação e expor as preocupações do setor”, diz.
Se o repasse for integral, o preço médio do metro cúbico do GNV vai passar de R$ 1,59 para a R$ 1,62.
Na avaliação do gerente da distribuidora Ipiranga no Nordeste, Paulo Edilson Dutra, o setor vai calcular o impacto do aumento antes de decidir o novo preço do GNV. “O índice de 2% pode parecer pouco, mas tem um peso diante do volume.
No reajuste de maio, absorvemos parte do custo e aumentamos em R$ 0,10 o preço médio do metro cúbico na bomba”, lembra. “Outro fator que precisa ser avaliado é a comparação com o álcool, que é o principal concorrente do gás na matriz energética”, acrescenta.
Dutra diz que o preço médio do litro do álcool está na casa de R$ 1,62, mas que o rendimento do GNV é 33% superior.
O presidente da Arpe, Ranílson Ramos, afirma que a agência analisou o pleito da Companhia Pernambucana de Gás Natural (Copergás) e repassou apenas a tarifa referente ao insumo. “A Petrobras aplicou um aumento de 2,86% para a Copergás.
Desse percentual, pouco mais de 2% é referente à commodity, por isso, homologamos um reajuste de 2%”, explica.
A Copergás, junto com as demais distribuidoras de gás do Nordeste, vem tentando negociar com a Petrobras para evitar que os reajustes no preço do gás natural ocorram a cada três meses.
A solicitação das companhias é que esse intervalo seja de 6 em 6 meses.
Uma portaria editada em 2000 pela Petrobras é que garante os aumentos trimestrais. (Da Editoria de Economia do JC)