Do Congresso em Foco Novas denúncias contra o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) publicadas neste sábado (30), no jornal Correio Braziliense, levantam suspeitas de que ele teria usado a máquina pública para beneficiar um antigo aliado, o ex-deputado distrital Wigberto Tartuce (PMDB-DF), conhecido como Vigão, com a supervalorização de um lote.
Durante as investigações da Operação Aquarela, a mesma que gravou as conversas telefônicas entre Roriz e o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Tarcísio Franklin de Moura, o Ministério Público e a Polícia Civil do Distrito Federal descobriram que Vigão havia comprado um terreno de 80 mil m² por R$ 15,2 milhões em agosto do ano passado e, na quinta-feira (21), o mesmo lote teria sido vendido por R$ 47,1 milhões.
A valorização de mais de 200% em um ano foi facilitada com a aprovação de uma lei proposta pelo Governo do DF, assinada pela então governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB-DF), vice de Roriz, e aprovada pela Câmara Legislativa no final do ano passado.
A lei mudava a destinação do lote, adquirido de fundos de pensão de estatais do DF, que passou de centro de treinamento a área comercial, de acordo com o Correio.
A assessoria de Roriz alegou que quando da aprovação da lei Roriz já não estava mais à frente do governo do DF.
Apesar de ter deixado o cargo em março do ano passado para concorrer ao Senado e ter garantido que não participou das negoiações sobre esta lei, Roriz fazia reuniões permanentes com sua vice, Maria de Lourdes Abadia.
Segundo um ex-assessor de Abadia, em declaração feita ao jornal Estado de S.
Paulo, mesmo após deixar o cargo, era “Roriz quem dava as cartas”.