O 1º vice-presidente do Senado, Tião Viana, disse, nesta sexta-feira, que poderá haver, em breve, uma decisão da Mesa a respeito da posição do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar sobre a representação do PSOL contra o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Sem explicitar qual seria tal decisão, Tião Viana lembrou que o conselho não conseguiu votar o relatório que sugere o arquivamento da representação e também não assumiu uma posição diante dos novos problemas que surgiram. - Todo o movimento dirigido ao conselho diz respeito mais a uma queixa-crime do que a uma quebra de decoro parlamentar, e eu aguardo o processo na Mesa caso ele volte para o devido posicionamento - afirmou, observando que é melhor o conselho ter, primeiro, um pronunciamento sobre a questão para, posteriormente, a Mesa assumir uma posição.
Para Tião Viana, todos constatam que a crise é “muito grande” no Senado e que Renan Calheiros luta com todas as suas forças para fazer sua defesa.
Por outro lado, observou o 1º vice-presidente, os senadores convencidos da culpa do presidente do Senado apresentam suas denúncias e indignações. - A pressão é muito grande em todo o Senado, principalmente por parte da imprensa e da sociedade brasileira, que querem o esclarecimento e a apuração do caso - afirmou o senador.
As afirmações de Tião Viana foram dadas em entrevista a jornalistas.
Perguntado se a situação teria chegado ao ápice, Tião Viana respondeu: - Não sei qual é o limite dessa crise, sei que é muito ampla e intensa e definir seu limite é precipitado.
Os jornalistas também quiseram saber a opinião do 1º vice-presidente sobre se a pressão já teria diminuído e sobre se o Senado já teria retomado a rotina de seus trabalhos se Renan tivesse deixado a Presidência.
Tião Viana respondeu que a prerrogativa de se licenciar do cargo de presidente do Senado ou a renúncia é uma prerrogativa de Renan Calheiros, que diz respeito a ele.
O parlamentar esclareceu ainda que só o Supremo Tribunal Federal (STF), após solicitação do presidente do Conselho de Ética e do Ministério Público, é que poderá autorizar o processo investigativo sobre Renan.