Jorna A Tarde, de Salvador A Advocacia Geral da União (AGU) entrou na Justiça Federal de Salgueiro, em Pernambuco, onde está a jurisdição de Cabrobó, com um pedido formal de reintegração de posse da Fazenda Toco Torto, em Pernambuco, local onde as obras da transposição do Rio São Francisco vão começar.
A área está ocupada desde o início da semana por manifestantes contrários ao projeto.
A expectativa é que hoje a Justiça se pronuncie sobre o assunto, concedendo uma liminar, quando o governo decidirá a forma como fará a desocupação.
No meio da tarde de ontem, o presidente Lula ligou para o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, para saber como está a situação.
Ouviu um relato completo.
Na avaliação do governo, está tudo tranqüilo e sob controle.
A manifestação é pacífica e não impede o andamento dos trabalhos preliminares, como a realização de serviços de topografia.
Detalhe curioso: o início da abertura do canal tapado com auxílio de um trator foi batizado pelos manifestantes como o buraco de Geddel.
Ele reagiu com bom humor. “Eu já sou até nome de buraco?
Espero que pelo menos seja um buraco de respeito”, disse.
Sobre as críticas que tem recebido do bispo de Barra, dom Luiz Cappio, Geddel afirmou que uma das primeiras providências que tomou assim que assumiu o Ministério foi procurar o bispo. “Quatro dias após a posse, mandei um comunicado convidando-o a dialogar.
Até hoje, não obtive resposta”.
Dom Cappio impôs como condição para dialogar a saída do Exército da área.
Na opinião de Geddel, é uma exigência descabida. “O Estado não pode dialogar acuado”.
Segundo Geddel, a forma que será adotada para providenciar a desocupação da área assim que a Justiça se pronunciar é uma decisão de governo e não dele.