Após passar os últimos dias pedindo força e coragem à Virgem Maria, o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) foi ao Plenário do Senado, nesta quinta-feira (28), se defender de denúncia de suposto recebimento irregular de recursos do empresário Nenê Constantino, dono de empresa de ônibus em Brasília e da Gol Linhas Aéreas.

Além de negar a acusação, Roriz disse ter encaminhado aos senadores documentação que comprovaria a legalidade de empréstimo de R$ 300 mil por Nenê, supostamente usado para pagar uma bezerra comprada em leilão.

Roriz também apresentou duas folhas em branco com sua assinatura, uma destinada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a outra, à Polícia Federal (PF).

Segundo explicou, a folha reservada ao STF serviria para autorizar a abertura dos sigilos fiscal, bancário e telefônico dele, de sua esposa e de suas filhas.

Na outra, a PF seria autorizada a investigar a eventual existência de contas bancárias em seu nome, que não as do Banco do Brasil (BB) e do Banco de Brasília (BRB), no Brasil ou no exterior.

O senador Tião Viana (PT-AC), que presidia a sessão, não considerou regimentalmente adequado, entretanto, enviar um papel em branco com assinatura, sugerindo a Roriz que fizesse as autorizações.

O senador pelo Distrito Federal disse não ter feito esses esclarecimentos antes por ter enfrentado um grande sofrimento e se sentir envergonhado, “mesmo não cometendo nenhum ato ilícito”.

Em diversos momentos de seu discurso, enfatizou nunca ter confundido o público com o privado nos 30 anos de vida pública e ter buscado refúgio na oração e na religião para enfrentar a denúncia, que motivou o PSOL a pedir ao Conselho de Ética investigação da conduta do parlamentar nesse negócio. - Será que um senador não poderia pedir um empréstimo a um amigo de longa data?

Que censura poderia ser feita a alguém que assim agisse?

Existe algum artigo no Código Penal e no Regimento Interno do Senado Federal dizendo que pedir dinheiro emprestado é crime, é ilegal? - questionou.

Em relação a eventuais interesses por trás da denúncia, Roriz preferiu não creditá-la diretamente a adversários políticos.

Mas ponderou, em seguida, que a imprensa, “quando quer, massacra e destrói”, dando como exemplo a acusação contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), investigado pelo Conselho de Ética pelo suposto pagamento de contas pessoais pela construtora Mendes Júnior.

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