O número de pessoas que estão acampadas em uma área de três fazendas em Cabrobó (PE) para protestar contra o início das obras de transposição do Rio São Francisco é insignificante perto da quantidade de pessoas que o projeto irá beneficiar.

A comparação é feita pelo prefeito de Cabrobó, Eudes Cavalcanti.

Segundo os cálculos dos manifestantes, 1,5 mil pessoas estão atualmente no acampamento.

De acordo com o Ministério da Integração Nacional, a obra de transposição do rio deverá atender 12 milhões de pessoas do sertão nordestino.

Para o prefeito, a manifestação é fruto de um processo de manipulação de alguns segmentos organizados da sociedade. “Uma parcela pequena de pessoas está aqui para atrapalhar a realização dessa importante obra que vai beneficiar significativamente a população nordestina que sofre constantemente com a seca que atinge a região”, afirma Cavalcanti.

Ele acredita que o movimento não irá atrapalhar o andamento das obras e apóia a decisão do Ministério da Integração Nacional de pedir a reintegração de posse da área ocupada, que, segundo o ministro Geddel Vieira Lima, já foi desapropriada. “É preciso cessar intolerância dessas pessoas, ou pelo diálogo ou pela Justiça”, diz o prefeito.

A prefeitura de Cabrobó recebeu, através de convênio assinado em 2005 com o Ministério da Integração Nacional, R$ 6,4 milhões para realizar obras de esgotamento sanitário, que, segundo o prefeito, estão em fase de execução.

O município tem 28.150 habitantes e fica no extremo oeste de Pernambuco, na divisa com a Bahia.