Agência Brasil O acampamento de movimentos contrários às obras de integração do Rio São Francisco que estão em Cabrobó (PE) deverá ganhar um reforço.

O bispo diocesano de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, e o bispo de Juazeiro (BA), dom José Geraldo, vão se juntar aos manifestantes para reforçar a ação.

Em 2005, dom Cappio fez uma greve de fome em protesto à transposição do São Francisco.

Em fevereiro deste ano, ele entregou carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugerindo um projeto alternativo para amenizar a falta de água no semi-árido nordestino.

Dom Geraldo explica que a ida deles à Cabrobó é uma manifestação de solidariedade ao movimento. “Nós defendemos água e dignidade de vida para todos, e água de qualidade”, afirma.

Ele também questiona a segurança do projeto e diz que a proposta de integração tem como prioridade atender ao agronegócio da região. “Queremos projetos alternativos, que levem água pra o nordestino, e não favorecer a agroindústria”, afirma.

Mais 300 pessoas se uniram aos manifestantes no acampamento em Cabrobó (PE), montado para tentar impedir a continuidade das obras de integração do Rio São Francisco.

Segundo a assessoria de imprensa do movimento, atualmente há cerca de 1.500 pessoas no local, incluindo representantes de 16 povos indígenas da Bacia do São Francisco.

Os manifestantes aguardam comunicado da Advocacia-Geral da União (AGU) de reintegração de posse para decidir se irão desocupar a área ou partir para o enfrentamento.

Eles estão instalados entre as fazendas Trucutu, Toco Preto e Mãe Rosa, onde deverá passar parte do Eixo Norte, que levará água do Rio São Francisco ao sertão nordestino.