Quase dois anos depois do assassinato do radialista e vereador de Carpina, Jota Cândido, autor de projeto contra nepotismo no município, a Polícia Federal pode assumir as investigações.

A juíza Maria do Carmo de Morais Melo, da Comarca de Carpina, atendeu requerimento do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e encaminhou ao governador Eduardo Campos (PSB) solicitação para que ele interfira junto ao Ministério da Justiça no sentido de que a Polícia Federal seja acionada no caso.

Cândido foi morto no dia 1 de julho de 2005, em frente à Rádio Alternativa FM de Carpina, onde trabalhava.

Ele levou 20 tiros e já havia escapado de um atentado anterior, em maio daquele ano.

Para a Polícia Civil, o autor intelectual do crime foi o PM Luiz André de Carvalho, também conhecido como Cabo André, chefe da Guarda Municipal de Carpina à época.

Ele teria recebido a ajuda dos policiais militares Edilson Soares Rodrigues e Tairone César da Silva Pereira, além do motorista Jorge José da Silva.

Eles podem pegar até 30 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado.

Mas o Ministério Público defende o aprofundamento das investigações e não está convencido de que o Cabo André seja o mandante do crime.

Daí a solicitação para que a PF assuma o caso.

O projeto anti-nepotismo proposto por Jota Cândido proibia a contratação de parentes em até terceiro grau pelo Executivo e o Lesgialativo municipais.

Ao escapar do primeiro atentado, o vereador e radialista chegou a afirmar que a tentativa de homicídio havia partido de pessoas ligadas à Prefeitura.

Quarenta dias depois, foi assassinado.

Ele deixou esposa e três filhos menores.