O presidente da Câmara de Vereadores de Jaboatão, Luiz Carlos Matos (sem partido), tem reunião nesta terça (26) com empresa de auditoria contábil sobre as contas da gestão do ex-presidente da Casa, vereador Paulo Roberto Mendes de Lima (PPS).

Contra Paulo Mendes, que presidiu a Casa entre 2005 e 2006, pesam acusações de ter desviado parte de uma verba de R$ 814.000,00, que foram descontados dos funcionários da Casa, a título de imposto de renda, e não repassados à prefeitura.

O próprio vereador admitiu em entrevista à JC/ CBN (leia e ouça aqui) que houve um descontrole administrativo em sua gestão à frente da Câmara.

Mas negou que tenha desviado os recursos em benefício próprio.

Segundo ele, o dinheiro teria sido utilizado para pagamento a um número excessivo de cargos comissionados.

O atual presidente da Câmara, Luiz Carlos Matos, disse agora há pouco ao Blog que a auditoria contábil, determinada por ele, vem sendo feita nos últimos três meses e que o relatória final da empresa contratada (“através de licitação”, enfatiza) deve sair até o final da semana. “Depois disso, vou me reunir com uma comissão de três vereadores que foi nomeada para acompanhar os trabalhos e também com a mesa diretora da Casa para definir os encaminhamentos”, contou Matos.

Sobre sua decisão de fazer uma auditoria na Câmara, ele explicou que é sempre salutar na administração pública identificar o início e o fim de uma gestão. “Mas não que eu tenha nada contra o presidente anterior, até porque sou seu amigo e não posso adiantar nada enquanto não receber o relatório”, afirmou.

Matos lembrou, de qualquer modo, que o vereador Paulo Roberto Mendes de Lima admitiu que cometeu erros.

E pôs em dúvida a versão do ex-presidente, segundo a qual teria havido apenas um “desvio de finalidade” por conta do descontrole no pagamento de cargos comissionados. “Não houve aumento de cargos no período.

Seria preciso que houvesse lei neste sentido, aprovada e sancionanda, e com previsão no orçamento do município.

Não é fácil fazer isso”, bateu.

Em última análise, segundo Luiz Carlos Matos, quem vai dar a palavra final sobre o assunto será o Tribunal de Contas do Estado (TCE) quando chegar o momento de avaliar as contas da Câmara, o que ainda não tem previsão de ser feito. “Caberá ao TCE levantar a questão e encaminhar ao Ministério Público do Estado para que Paulo Mendes, caso seja condenado, possa se defender”, advertiu.