Da Folha Online Alvo de gravações telefônicas que o colocaram sob suspeita de negociar partilha de dinheiro de origem ignorada, o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) terá o processo analisado pela Corregedoria do Senado.

O corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), decidiu pedir ao Ministério Público e à Polícia Civil do Distrito Federal cópia da investigação e das gravações.

Tuma pode arquivar o caso ou remetê-lo ao Conselho de Ética, que poderá iniciar uma investigação.

Conversas gravadas em 13 de março, com autorização judicial, registraram Roriz supostamente combinando partilha de dinheiro com o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília) Tarcísio Franklin de Moura.

As gravações foram realizadas pela Polícia Civil do DF, na Operação Aquarela, que resultou na prisão de 19 pessoas em Brasília e em São Paulo, inclusive Moura, por suspeita de desvio de R$ 50 milhões do BRB.

Alguns parlamentares defendem que Roriz vá à tribuna hoje mesmo. “Vamos esperar que ele ocupe a tribuna e preste os devidos esclarecimentos”, disse Jefferson Péres (PDT-AM).

Demóstenes Torres (DEM-GO) disse considerar o caso “aparentemente grave”.

Assessores do senador disseram ontem que, em princípio, ele não tem intenção de subir à tribuna. “Quem vazou as informações tinha intenções políticas, mas é um assunto pessoal e que o senador já explicou, divulgando à imprensa os documentos sobre o assunto”, afirmou Valério Neves, chefe-de-gabinete de Roriz.

O PMDB deverá ouvir o senador, mas o vice-líder do partido, Wellington Salgado (MG), demonstrou que não pretende abrir investigação interna. “A primeira coisa a fazer é conversar, deixar o Roriz se explicar.” A investigação chegou às mãos do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza.

Ele decidirá se requisita ao STF a abertura de inquérito criminal contra o senador, que tem foro privilegiado.