Nesta segunda-feira, a partir das 9h, será realizada uma audiência pública no auditório da EMTU, no Cais de Santa Rita, Centro do Recife, para divulgar a proposta das licitações para a escolha do novo sistema de bilhetagem eletrônica para o transporte público do Grande Recife, que atinge a mobilidade diária de 1,8 milhão de usuários.
A apresentação é aberta ao público e os participantes terão sete dias para fazer sugestões e críticas.
No sábado, com a ajuda da repórter Roberta Soares, de Cidades, o Blog de Jamildo revelou com exclusividade que a licitação pública que definirá as empresas fornecedoras do novo modelo será desmembrada em duas concorrências: uma para a tecnologia (software) e outra para os cartões eletrônicos.
Dessa forma, o controle da bilhetagem não ficará nas mãos de um único grupo, como acontece desde que o sistema foi implantado no Estado, seis anos atrás.
O presidente da EMTU garantiu que os usuários do sistema não terão custos com a mudança da bilhetagem eletrônica, mas deu a entender que o Estado será onerado. “Vamos trocar os cartões e nossa intenção é que a primeira via seja gratuita para todos os usuários.
Caso o sistema não absorva, o Estado terá que dar um jeito”, garantiu. “Estamos tendo todo cuidado no processo, exatamente para não deixar margens a questionamentos.
Conhecemos modelos de todo o País e decidimos por esse por acreditar ser o melhor para os passageiros”, disse.
Outra novidade é que a definição sobre os validadores (equipamentos instalados nos ônibus para fazer a leitura dos cartões eletrônicos) e a tecnologia de comunicação (que permitirá a leitura dos dados dos coletivos para a central do sistema) ficará com os empresários do setor.
Atualmente, as operadoras de ônibus são as responsáveis pelo contrato de bilhetagem eletrônica, com a anuência da EMTU.
No novo modelo, o órgão gestor é quem contratará a tecnologia e os fornecedores dos cartões. “Decidimos dividir a licitação porque, atualmente, a bilhetagem eletrônica evoluiu muito.
Assemelha-se à evolução da telefonia móvel.
Existem várias tecnologias, desenvolvidas por empresas diferentes, que podem se comunicar.
Assim, optamos por desmembrar para reduzir custos para o sistema e, conseqüentemente, para os usuários”, explicou o presidente da EMTU, Dilson Peixoto.
O mesmo argumento vale para a decisão de deixar com os empresários de ônibus a escolha dos fornecedores dos validadores e da comunicação. “A EMTU tem que ter controle da gestão, não de detalhes pequenos da operação. É o mesmo que estarmos dizendo qual tipo de pneu as empresas devem comprar.
Vamos estabelecer o valor máximo que o sistema pagará pelas duas tecnologias e os empresários contratarão, em conjunto ou não, o que acharem melhor”, afirmou Dilson.