Da Agência Folha O empresário de jogos Nilton Cezar Servo, que está preso desde o dia 4, disse ter emprestado R$ 6.000 em dinheiro ao aposentado Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A declaração de Servo contradiz Vavá –que, em depoimento à Polícia Federal, disse ter pedido R$ 2.000 ao empresário. “Na verdade, ele pediu mais.

Pediu de R$ 10 mil a R$ 15 mil, mas emprestei R$ 6.000”, disse Servo.

Segundo ele, o pedido foi feito em fevereiro de 2007. “Eu falo a verdade.

Não vou dizer que Vavá está mentido.

De repente ele ficou perdido.” Em entrevista à Folha em Campo Grande (MS), Servo disse que é bode expiatório e que não pertence a nenhuma máfia.

Afirmou que trabalhava com 180 a 200 máquinas de caça-níqueis, mas tinha liminar da Justiça Federal autorizando o negócio.

Segundo ele, uma MP de 2001 ainda permite o jogo.

Servo afirmou que Dario Morelli Filho, compadre de Lula, não era seu sócio numa casa de jogos em Ilhabela (SP).

Morelli, que agora está solto, afirmou à PF que recebia R$ 1.500 para trabalhar na casa de jogos.

A PF indiciou Vavá sob suspeita de tráfico de influência e exploração de prestígio no Judiciário.

O Ministério Público Federal não denunciou Vavá e pediu mais investigação.

Depois de entrevistar Servo, a Folha tentou falar com o advogado de Vavá, Nelson Alfonso, mas ele não atendeu o celular.

Servo disse que emprestou o dinheiro por amizade, e não em troca de favores: “Eu entreguei R$ 3.000 em espécie.

O meu cunhado Serra, de São Paulo, [DEU]outros R$ 3.000”.

Servo disse que Vavá pediu ajuda dele para conseguir a um amigo chamado Paul um serviço com tratores e caminhões.

Nesta história entra uma figura chamada Acássio.

Servo disse que Acássio foi apresentado por seu cunhado para ajudar Vavá, mas afirmou que a empreiteira está inadimplente. À PF Vavá disse que fez “uma sondagem [JUNTO A LULA]para saber se havia possibilidade de colocar umas máquinas [de terraplanagem] para trabalhar na empresa Vale do Rio Doce”.

Vavá afirmou que o pedido foi negado por Lula, que “não admite esse tipo de coisa”.

Servo afirmou ontem que ligou para a casa de Lula “em março ou abril de 2003” e que pediu a regularização dos bingos.

Lula, disse, mandou criar uma comissão.

Mas o caso Waldomiro Diniz, em 2004, deixou “Lula de saia curta”: “Lula não é contra os bingos”.