A primeira audiência pública da CPI da Celpe realizada nesta quinta (21) foi acompanhada discretamente por um integrante do escritório de advocacia Correia de Carvalho, que representa a empresa e é responsável pelo mandado de segurança que tentou impedir que a Comissão fosse instalada.
Ele usou um pequeno gravador digital para guardar os pronunciamentos do dia.
E ao final do encontro, sem revelar o nome, disse ao Blog que todas as audiências serão acompanhadas com o objetivo de que a Celpe “possa exercer seu direito de defesa”.
Mais tarde, o advogado Ricardo Correia, um dos sócios do escritório, contou ao Blog que, neste primeiro dia, chamaram atenção as referências ao fato de que a Celpe seria campeã de reclamações no Estado por parte dos consumidores. “Se você tem uma empresa que presta serviço a praticamente 100% da população, a decorrência lógica é que receba um maior número de reclamações do que outras que trabalham apenas com setores do público”, defende. “É importante que se diga que a empresa investe significativamente em projetos sociais e busca a excelência dos serviços, em respeito aos consumidores pernambucanos”, acredita o advogado.
Sobre o mandado de segurança, Correia lembrou que o fornecimento de energia é um uma concessão federal.
Por isso, a fiscalização seria de responsabilidade da União, por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e fugiria da competência da CPI.
Segundo ele, existem decisões precedentes da justiça brasileira neste sentido. “A Celpe respeita os trabalhos da Comissão e todos os deputados.
E no momento oportuno fornecerá todas as informações que lhe forem solicitadas porque sempre foi interesse da empresa contribuir”, afirmou Ricardo Correia. “Mas no caso do mandado de segurança, a companhia está defendendo um direito seu”.
O mandado teve liminar negada pelo Tribunal de Justiça do Estado.
O mérito ainda será julgado, sem previsão de data.
Além do Correia de Carvalho, também o escritório Sérgio Bermudes, do Rio de Janeiro, presta consultoria a Celpe.