Da Folha Online O Conselho de Ética do Senado adiou mais uma vez a votação do processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de quebrar o decoro parlamentar.

Pelo menos dez senadores, entre integrantes da base aliada e da oposição, defenderam o adiamento da votação para aprofundar a investigação.

O próprio Renan se ofereceu para ir nesta quinta-feira ao Conselho de Ética para prestar todos os “esclarecimentos necessários” aos integrantes do conselho. “Acabo de conversar por telefone com o senador Renan.

Ele pede para vir amanhã [QUINTA-FEIRA]à tarde no conselho para prestar esclarecimentos”, disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Os senadores Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Eduardo Suplicy (PT-SP) haviam defendido o depoimento de Renan para ele explicar as denúncias de que teria utilizado recursos da empreiteira Mendes Júnior para o pagamento de suas despesas pessoais.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) defendeu que Renan compareça ao Senado somente depois que novas investigações sobre as movimentações financeiras do senador forem realizadas pela Polícia Federal. “Depois da perícia [DA PF], o senador poderá vir aqui dar as suas explicações.

Se surgirem indícios de suspeitas, ele virá de novo se explicar?”, questionou Demóstenes.

Renan decidiu se colocar à disposição do conselho depois de perceber que não havia número de senadores suficiente para aprovar o relatório do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que o inocenta nas denúncias envolvendo a Mendes Júnior.

A tropa de choque de Renan negociou o quanto pôde a votação do relatório para hoje.

O novo relator do processo, senador Wellington Salgado (PMDB-MG), renunciou em protesto ao adiamento. “Me sinto preparado para relatar.

Se não for relatá-lo hoje, vou me afastar do cargo e abro mão do relatório”, disse Salgado.

Com o adiamento, os parlamentares esperam que a PF realize perícia mais detalhada nos documentos enviados por Renan ao conselho sobre a sua movimentação financeira.