A audiência era para falar sobre o futuro, mas o passado recente esteve presente.

O secretário de Turismo, José Chaves, do PTB, ocupou uma boa parte de sua intervenção na audiência pública da comissão de Desenvolvimento Econômico, convocada para debater o planejamento estratégico, para justificar a inação de sua pasta.

Culpou os antecessores. “É preciso ser dito que o problema do turismo de Pernambuco é uma questão política.

Pernambuco precisava ter realmente uma política.

Basta dizer que foi o último estado do Nordeste a ter uma secretária própria.

Aqui em Pernambuco, a secretaria foi criada no meio do guia eleitoral, com uma organicidade acadêmica que me causa problemas e muitas dificuldades hoje. É uma secretaria teótica, com uma duplicidade enorme (com a Empetur).

Basta dizer que não temos computador e móveis.

E o orçamento está contigenciado. É uma questão de prioridade, que não houve (no governo passado).

Uma pena, pois não se pode ideologizar o turismo.

Eu diria que a secretaria foi criada de forma errônea”, alfinetou. “A Empetur hoje está esvaziada?

Está, mas não foram os funcionários.

Foi a politicagem.

Hoje, eles estão vestindo a camisa do turismo”, disse. “A situação é tão ruim que não temos secretária, o sistema de telefonia não funciona.

Mas vou pegar no miúdo e resolver”, prometeu.

No evento, José Chaves reconheceu que estava fazendo um pedido de crédito porque estava sendo cobrado pela imprensa e pelo cidadão. “Eu sei que tenho resultados modestos, mas tenho certeza que estou no caminho certo, ouvindo a todos para montar o planejamento de longo prazo.

Não tenho dúvida de que vamos fazer em quatro anos o que o governo passado não fez em oito anos.

E espero que o meu sucessor faça melhor ainda”.

Animado, José Chaves diz que vai criar 100 mil empregos a mais.

O ex-assessor especial do governador Jarbas Vasconcelos Fernando Jordão, que trabalhava na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado e hoje é secretário de Turismo de Ipojuca, ouviu as críticas calado e não respondeu pelo governo passado, quando fez uso da palavra.