Jornal O Tempo, de Minas Gerais CABROBÓ - Trinta mil metros quadrados.
Essa é a extensão da área de caatinga desmatada pelo 2º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC) do Exército, em Cabrobó, no sertão pernambucano, desde que foram iniciadas as obras de transposição do rio São Francisco, na última quinta-feira.
Na verdade, a supressão vegetal foi feita em apenas dois dias.
No sábado, os militares só trabalharam nas instalações do alojamento.
Ontem foi dia de descanso para os 56 homens do 2º BEC que estão em Cabrobó.
E as máquinas do Exército continuam “com fome”. “Já atingimos nossa cota de supressão vegetal desse mês.
Mas basta recebermos autorização do engenheiro florestal do Ministério da Integração Nacional, que acompanha nosso serviço, para continuarmos o desmatamento”, afirmou o comandante da tropa, major Aristocles Batista.
Segundo o oficial, na escavação do terreno para a construção de um canal que levará água até a estação o Tucutu foram descobertos os primeiros erros de cálculo dos estudos sobre o solo. “Consta que a camada de solo tem de 2,5 m a 5 m, mas não chega nem nesse cálculo mínimo.
Teremos que fazer um novo estudo para rebaixamento do lençol freático e avaliar quais as máquinas serão adequadas para executar o serviço.” Impacto ambiental O 2º BEC pretendia começar na quarta-feira passada o desmatamento na margem do rio, local escolhido para a criação da tomada d’água.
Mas o trabalho foi iniciado apenas no dia seguinte por falta de especialistas em impactos ambientais para acompanhar o serviço. “Qualquer ação nossa precisa do aval desses profissionais.
Alguns militares têm que percorrer a mata, na frente das máquinas, para afugentar os animais.
Aqueles que resistem em sair são capturados para depois serem soltos novamente”, explicou.