Agência Brasil Brasília - O presidente do Conselho de Ética do Senado, Sibá Machado, acumulará a relatoria do pedido de investigação feito pelo P-SOL contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O regimento interno permite que um presidente de comisssão acumule temporariamente a relatoria ausente.
O relator do processo no Conselho de Ética, Epitácio Cafeteira (PTB-MA), pediu afastamento do conselho por 10 dias.
Cafeteira, que tem 82 anos, alegou que passou mal na madrugada de sábado para domingo.
Cafeteira chegou a ser internado em um hospital de Brasília.
O senador já está em casa, sob cuidados médicos.
O senador foi diagnosticado com leucocitose, processo inflamatório que estaria provocando desmaios.
A assessoria de Cafeteira informou que ontem à noite ele conversou com o presidente do Conselho de Ética, senador Sibá Machado, e comunicou seu afastamento.
Em entrevista aos jornalistas, Sibá Machado disse que espera ter em mãos amanhã (19) à tarde o relatório da Polícia Federal sobre a perícia dos documentos apresentados na defesa de Renan Calheiros.
As notas fiscais e guias de transporte comprovariam, segundo Calheiros, a existência de fundos para o pagamento de pensões para a jornalista Mônica Veloso, com quem ele teve um filho.
Contudo, o presidente do Conselho de Ética não descartou a possibilidade de adiar a votação caso o relatório não fique pronto até amanhã. “Isso depende do trabalho da Polícia Federal.
Se não chegar até o final do dia desta terça-feira, eu serei obrigado a prorrogar a data da reunião”, disse.
Indagado se ele teria conversado com os membros do conselho sobre a decisão de acumular a relatoria, o senador respondeu: “Além de mim, só conversei comigo mesmo.” Segundo as regras do Senado, apesar de o presidente acumular a relatoria, o relatório não pode ser alterado.
Cafeteira defendeu que não há provas suficientes contra Renan Calheiros para abrir a investigação e recomendou o arquivamento da representação.
O processo surgiu após uma reportagem da revista Veja, que relatou que um funcionário da construtora Mendes Júnior pagaria contas pessoais de Renan Calheiros.
Após a apresentação de documentos de defesa, o Jornal Nacional, da TV Globo, fez uma reportagem que apontava contradições nas notas fiscais apresentadas.
Agora, a Polícia Federal analisa o material para checar sua autenticidade.